segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O não acompanhamento escolar

O não acompanhamento familiar e sua relação com o comportamento e aprendizagem dos alunos

RESUMOA aprendizagem e o comportamento dos alunos em muito são influenciados pela educação familiar. O não acompanhamento familiar ocasiona nos alunos um sentimento de rejeição que se reflete no seu desempenho escolar. Esta pesquisa teve como foco duas turmas de ensino fundamental II de uma escola estadual da região metropolitana do Recife que apresentam problemas de comportamento e déficit de aprendizagem. A escolha dessas turmas (6º e 7º ano – primeiras séries do fundamental II) se deu por elas serem consideradas, por unanimidade entre os professores das referidas classes, como as mais “difíceis” nos dois fatores que o tema relaciona. Esta pesquisa teve como objetivo investigar a relação do não acompanhamento familiar com a conduta desfavorável que a maioria dos alunos apresenta e, ainda, com a falta de interesse dos mesmos. Para isso, entrevistas e observações foram utilizadas e PELT, TIBA e WEISS foram alguns dos autores que fundamentaram o estudo e subsidiaram a discussão do caso. Os resultados da pesquisa apontam para a máxima importância do acompanhamento familiar e do grande valor do incentivo, da motivação e do amor que os alunos precisam para interessar-se pelo seu processo de aprendizagem escolar e negociar melhores formas de comportamento.
Palavras-chave: acompanhamento; relações; família.
1 INTRODUÇÃO
Dar uma boa educação aos filhos é um grande desafio. Desde a sua concepção, a criança precisa de cuidado, amor e dedicação. A família é o alicerce para que a formação das crianças e adolescentes seja construída de maneira sólida, isto é, de forma que eles consigam conviver segundo os parâmetros da sociedade (de cultura, regras, respeito, etc). Pórem, o que percebemos com frequência hoje é o desgaste da instância familiar, começando pela falta de planejamento na construção das famílias, passando pelos maus-tratos com as crianças, mulheres e idosos, culminado em prisões, mortes, traumas, um desajuste que mexe com o psicológico de todos os envolvidos que, em contrapartida, tendem a repassar esses momentos mal vividos às pessoas que posteriormente venham fazer parte da sua vida.
A educação doméstica parece não ser mais primordial. Os pais ou responsáveis estão deixando cada vez mais nas mãos da escola também esse papel, talvez por displicência ou, quem sabe, por despreparo. O comportamento e o rendimento escolar desses indivíduos sem o acompanhamento sistemático de algum responsável que demonstre interesse por seus estudos e vivência na escola como um todo, pode ficar comprometido. Pelt (2006) tratando sobre “Ajustes na família” cita fatores que interferem numa saudável estrutura familiar: educação deficiente dos pais, que, consequentemente, oferecem um também deficiente exemplo, e, fechando esse ciclo deficitário, os filhos têm um ideal deficiente de pais.
Trazendo para a instituição escolar, esse desajuste, que muitas vezes culmina na falta de acompanhamento familiar na escola, que, muitas vezes ainda vem junto com o desinteresse em casa pelas produções escolares dos filhos e pelo seu cotidiano escolar, pode ser um dos fatores que influenciam no baixo desempenho e no mau comportamento dos alunos. O desenvolvimento físico, emocional, escolar, etc., deve ser acompanhado pela família, à sua forma e possibilidade, independente de ser composta pela tradicional formação “pai, mãe e filhos” ou não. A estrutura familiar vem mudando e essa composição tradicional não é a realidade de todos os lares. Sobre isso, Pelt discorre:
(...) os tempos mudaram, mas não as relações humanas que constituem as raízes da formação do caráter. Os filhos ainda precisam dos pais, porque as relações afetivas que mantêm com eles desde o nascimento permitem que adquiram padrões que os tornarão seres normais. As crianças precisam de direção, disciplina, apoio e ânimo para crescer, amadurecer e tornar-se pessoas independentes da família, adultos autônomos. (2006, p. 8)
Cabe à escola saber para que tipo de público está direcionando o seu trabalho, ou seja, é essencial o conhecimento de como está organizada essa família contemporânea e como e até onde essa organização influencia a criança e o adolescente no seu desenvolvimento psicossocial. “Por outro lado, a família deve compreender a missão e as propostas da escola e conhecer formas de contribuir com ela”, discorre Amanda Polato, autora da matéria “Sem culpar o outro” da revista Nova Escola (set 2009).
Acerca do assunto família/escola, o interesse desse artigo é apresentar um estudo baseado em depoimentos colhidos por meio de entrevista de alguns alunos integrantes de turmas consideradas “problema” de uma escola pública do Recife. As falas dos alunos com relação ao acompanhamento (eficaz ou defasado) de seus responsáveis no que diz respeito aos seus estudos e relatos de professores das turmas em questão, serviram de base para o desenvolvimento da pesquisa e construção deste trabalho. Confrontando os depoimentos desses sujeitos com as bibliografias de áreas psicológica, pedagógica e psicopedagógica, tivemos o suporte para fundamentar nosso pensamento com relação ao tema/problemática.
Neste trabalho, analisamos as situações apresentadas e investigamos a qualidade do contato aluno/responsável e no que isso influencia na educação, interesse e desempenho escolar dos alunos.
2 REFERENCIAL TEÓRICO2.1 ATUAÇÃO DA FAMÍLIA X ALTA PERFORMANCE DA CONVIVÊNCIA FAMILIARO nascimento de um bebê implica no nascimento de uma família, pois é a presença desse novo ser no seio do casal que dará início à formação da família, porque nasce, além do filho, uma mãe e um pai. Pelo menos é assim que deveria acontecer, é o que deveria ser natural a todos. Família deve ser a base que fortalece cada um dos seus integrantes. A união familiar deve favorecer a realização pessoal de cada membro e representar um forte sentimento de segurança. Relacionamento, em seus diversos graus, é difícil de ser conduzido de forma saudável, mas uma comunicação adequada, a escuta e compreensão são fatores que podem auxiliar no convívio.
A alta performance, ou seja, o alto desempenho de uma família, depende do tratamento que uns tem com os outros, o que envolve carinho, respeito, atenção e, até mesmo, imposição de limites, que configura-se como cuidado. Içami Tiba diz que a família, para ter uma excelente performance, deve agir como uma equipe, isto é, todos trabalhando em prol do coletivo, do bem-estar do grupo. O autor ainda traz alguns tópicos que podem auxiliar as famílias a atuarem de forma satisfatória, são eles:
“(...) procure a superação das suas próprias dificuldades; independente de qualquer explicação, procure a correção do erro; assimile as mudanças que sejam progressivas; pratique a cidadania familiar para que todos sejam cidadãos éticos; todos se unam para que a equipe melhore sempre; exija do elemento ajudado a correção dos erros e seus resultados; não coloque uma vitória como ápice de uma conquista; não sinta uma derrota como eterna; os deveres sejam cumpridos e os méritos reconhecidos; o melhor para a equipe seja o melhor para o bairro e para o planeta. (2009, p. 25)
Falando de família, devemos estar atentos para os novos “arranjos familiares” que fazem parte da nossa realidade. Tiba (2009) discorre sobre alguns tipos de organização familiar, trazendo a família nuclear, aquela composta por pai, mãe e filhos; a família expandida, em que entram na sua composição outros parentes (avós, tios, primos, etc); e a família monoparental, formada por um dos pais e os filhos, isto é, a família chefiada apenas pelo pai ou pela mãe. Este tipo de organização familiar configura-se, geralmente, em caso de separação do casal.
Com essas definições, confirmamos que não há um padrão para a formação dessa instituição chamada família. Várias são suas formas de organização que, muitas vezes, não dependem da escolha de seus integrantes. Nenhuma classe social está livre dessas formas de composição das famílias. Os reguladores dessa dinâmica podem ser: o amor, a ascensão social, dependência, independência, dinheiro, entre outros.
Ainda sobre a organização estrutural da família, há os casos em que, os pais separados unem-se com outro (a) companheiro (a) e essa união conjugal também gera a união dos filhos de cada cônjuge. Um novo desenho familiar, uma nova forma de se organizar, uma nova forma de educar, uma nova maneira de se entender. Padrasto ou madrasta dividindo espaço com enteados e filhos biológicos, uma equipe complexa que precisará, mais do que nunca, estabelecer critérios para manter a convivência familiar da melhor maneira possível.
A antropóloga Clarice Ehlers Peixoto (Uerj), citada por Amanda Polato (2009), defende essa reestruturação da família, dizendo que essas “outras possibilidades, não levam, necessariamente, à desorganização.” Ainda sobre o assunto, a autora em sua matéria discorre que o discurso de profissionais que lidam de uma forma ou de outra com os problemas sociais e psicológicos de crianças e adolescente, estigmatizam, muitas vezes, a desagregação familiar como foco da situação, mas que, na realidade, isso não pode ser considerado regra. As crianças e jovens realmente se abalam com uma “desequilibração” familiar, mas isso não indica que, necessariamente, o jovem que passe por tal situação apresente problemas de comportamento ou déficit no desempenho escolar.
Existe também a desorganização familiar, que se configura quando um dos cônjuges estabelece relacionamentos extraconjugais, gerando, muitas vezes, “filhos extras”, motivando conflitos para ambos os lados da história, desestruturando um “padrão” ora existente. Sobre esse “desarranjo”, Amanda Polatto (2009) nos esclarece que “é um engano pensar que isso é novidade no Brasil: desde a colonização há filhos fora do matrimônio, uniões esporádicas e concubinatos. A diferença é que hoje muito disso é legitimado social e juridicamente” (Nova Escola, set 2009).
A criança e o adolescente, em geral, passa mais tempo na escola que em casa, consequentemente, convive mais com os professores que com os pais, que trabalham o dia inteiro e só à noite estabelecem (quando estabelecem) algum tipo de contato com os filhos. Esse talvez seja um fator que contribua para que os pais transfiram a “carga” da educação como um todo à instituição escolar. Numa reportagem do jornal da Band, do dia 03 de novembro de 2009, sobre o aumento das mensalidades de escolas particulares, uma mãe, em entrevista, se queixa de colégios que, segundo ela, afirmam ser normal a incidência de palavrões em seus domínios. O argumento dela para fundamentar sua reclamação é que, se ela (representando todos os pais com filhos em escola particular) está pagando caro pelo “produto” deve exigir “o melhor”. “Deve ter alguém para reprimir isso”, palavras da entrevistada. E onde estão esses pais que não educam seus filhos para que palavrões não sejam pronunciados na escola? As palavras dessa mãe confirmam como os pais transferem para a escola o dever da educação doméstica (bons costumes, valores, respeito), como se fosse obrigação da instituição. É claro que a escola vai tratar sobre isso, mas deveria reforçar o que vem de casa e não ser encarregada de “criar” os alunos. Cadê o acompanhamento desses pais? Onde está o interesse pela formação de seus filhos? Na realidade da escola pública, os frequentadores são bem diferentes. O público é composto por pessoas de poucas condições financeiras, poucas posses, mas os problemas são os mesmos, com suas particularidades, é claro. É desse tipo de comportamento de pais ou responsáveis que começam a desencadear inúmeros problemas enfrentados por professores e alunos na escola. O público da escola particular vem com o discurso do “estou pagando caro pelo produto e exijo o melhor”, enquanto que os de escola pública discursam que “é do governo, então posso fazer o que quero”. Pensamentos que levam a educação cada vez mais para o fundo do poço. E onde estão os responsáveis por essas crianças e jovens? Muitas vezes nem procuram quebrar esses ditos, e até mesmo os legitimam, entrando assim, novamente, a escola com mais uma responsabilidade, a de “desestigmatizar” esses paradigmas formados por comentaristas tão desrespeitosos.
Tempo, configurando dedicação; limites, configurando cuidado; a escuta configurando uma comunicação adequada; união, configurando amor, são alguns dos processos que as famílias precisam para tentar uma atuação satisfatória que beneficiará a todos os seus integrantes, traduzindo-se em bem-estar pessoal e social.
2.2 ACOMPANHAMENTO FAMILIAR E APRENDIZAGEMO acompanhamento familiar é tema sempre debatido e difícil de resolver. Um levantamento feito pelo Inep, através de cruzamento das informações obtidas pelo questionário socioeconômico do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), em 2003, com as notas dos estudantes que fizeram a prova, constata que o acompanhamento da família eleva o desempenho escolar do aluno.
A Folha on-line divulgou um artigo com o título: “Escola Pública boa deve começar em casa”, que já em seu primeiro parágrafo traz o seguinte:
A receita para uma boa escola pública é simples e dá resultados. Seus principais ingredientes são a participação dos pais, o interesse da família pela vida escolar do aluno, o estímulo à leitura e o hábito de fazer e corrigir o dever de casa. Junta-se a isso a vontade do diretor em colocar em prática essas lições e, como resultado, há uma melhoria no desempenho. (FOLHA DE S. PAULO, 01/08/2004)
Tal texto traz tudo o que buscamos, nossa utopia da educação perfeita. Quem vive diretamente ligado à educação, ao sistema educacional, percebe nitidamente que ainda há muito que ser feito para um efetivo trabalho de formação (educação).
A pesquisa do Inep, citada anteriormente, mostra a importância do acompanhamento familiar, como isso influencia positivamente no desempenho escolar dos estudantes. Mas, a realidade que nos cerca é muito diferente. Piletti relata sobre a situação da família na sociedade brasileira: “Nossa sociedade, caracterizada por situações de injustiça e desigualdade, cria famílias que lutam com mil e uma dificuldades para sobreviver. Esses problemas atingem as crianças, que enfrentam inúmeras dificuldades para aprender” (2009, p.151).
Esse discurso do autor nos faz refletir o tipo de família que têm nossos alunos, as dificuldades que encontram para mantê-los na escola e a própria dificuldade do aluno em permanecer nela, tendo em vista a falta de perspectiva de melhoria de vida, realidade de muitos. Alguns vêem sim, na escola, a oportunidade de mudança de vida, mas muitas vezes é tolhido em seu sonho porque “a forma como é tratado na escola leva-o a desistir, pois muitas vezes é reprovado, julgado incapaz, e mesmo expulso pela escola que não foi feita para ele” (PILETTI, 2009, p. 151).
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, sobre essa ausência de perspectiva, discorre:
O problema é que temos um aluno insatisfeito socialmente e economicamente que vai para a escola com a perspectiva inicial de que, com o estudo, vai conseguir melhorar sua vida. Mas chega lá e encontra uma escola que não está preparada para recebê-lo e isso termina fazendo com que ele se desiluda ainda mais. (IHU On-line, 08/07/2009)
Contudo, podemos perceber que vários fatores levam ao caos que vivemos hoje em nossas escolas. O comportamento inoportuno, a falta de interesse, os problemas de aprendizagem são frutos de aspectos negativos, que vai desde a concepção de educação que a criança tem em casa até o sistema educacional vigente.
É na família que são encontrados os primeiros exemplos, sejam bons ou ruins. Rose Neubauer, diretora-presidente do Instituto Protagonistés e coordenadora da pesquisa sobre a participação dos pais e sua relação com o desempenho escolar dos alunos, coloca (no artigo “Escola pública boa começa em casa”) que “mesmo pais com pouca escolaridade podem ajudar os filhos a ter boas notas se demonstrarem interesse pela vida escolar da criança e participarem das atividades do colégio”. Essa preocupação com o cotidiano escolar tem impacto muito positivo. De acordo com a pesquisa e com o discurso de Neubauer, Francisco Poli, secretário do sindicato dos diretores em SP, diz, ainda no referido artigo: “a escola precisa trabalhar não só o aluno, mas também com os pais, trazê-los para o ambiente escolar”. Dessa forma, Poli destaca também a importância de escola estar pronta para oferecer o melhor ao seu aluno, dizendo: “A escola não substitui a família, mas pode ajudar se os mais carentes tiverem aulas de inglês, informática ou passarem mais tempo nela”.
Piletti, tratando sobre família, diz que o tipo de educação familiar vivenciada é um fator que afeta principalmente na aprendizagem. Com relação a isso, ele traz o seguinte: “A educação familiar adequada é feita com amor, paciência e coerência, pois desenvolve nos filhos a autoconfiança e espontaneidade, que favorecem a disposição para aprender” (2009, p. 152). Corroborando com esse pensamento, destacamos aqui algumas palavras de Cury:“o ser humano não raciocina adequadamente quando está irritado, nervoso, amedrontado, decepcionado, deprimido”(2007, p. 79), ou seja, a criança ou o jovem “desorganizado” em sua família, em sua vida, apresenta um comportamento que não condiz com o que realmente é. Age, muitas vezes, refletindo o conflito social vivenciado, alterando seu comportamento e prejudicando seu aprendizado.
Compreender todos os alunos é tarefa difícil para a instituição escolar, mas, se ela funcionar como zona de conforto, será um grande passo. Trabalhar a relação alunos/escola/família parece ser um dever eterno, mas todas as possibilidades devem ser esgotadas para partir a outro plano. As escolas precisam trabalhar buscando estreitar os laços da sua relação com as famílias, focando em melhorar a qualidade do tempo que os alunos passam na escola, em aprimorar o relacionamento aluno-responsável e deixar claro que ambas as instâncias (família e escola) têm um objetivo em comum: a educação de qualidade desses sujeitos.
2.3 A PSICOPEDAGOGIA INTERVINDO JUNTO COM A FAMÍLIAIniciamos esse tópico esclarecendo a que se interessa a psicopedagogia, a partir da definição de Souza, que a traz como:
uma área interessada em investigar a relação da criança com o conhecimento. Esta relação pode configurar-se como problemática, em razão de aspectos pedagógicos e/ ou psicológicos. Dentre esses últimos, incluem-se aqueles associados a aspectos afetivos e/ou cognitivos. (2008, p. 113)
Este conceito nos traz questão da dificuldade de aprendizagem que será investigada por meio dos aspectos pedagógicos e, esmiuçando os psicológicos, também citados na definição, encontramos o afetivo e o cognitivo. O aspecto afetivo que será analisado nessa situação, para compor o diagnóstico, precisará da colaboração da família. Não importando a linha que o psicopedagogo siga, a entrevista anamnésica com a família da criança ou jovem que esteja apresentando dificuldade no aprendizado é primordial.
A investigação que tratamos aqui se dá numa “pesquisa do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada” (WEISS, 2003). Um diagnóstico realizado com sucesso permite o planejamento de uma intervenção própria para cada caso. Para diagnosticar o tipo de desvio a que vem se encaminhando o indivíduo que demonstra sintomas de problemas de aprendizagem, Weiss (2003), cita dois eixos que servirão para análise:
a) O eixo horizontal, em que se explora o presente, buscando as causas temporais dos sintomas. A autora destaca que, para cumprir esse objetivo, utiliza entrevistas com o paciente, com toda a família, com a equipe da escola, outros profissionais, sessões lúdicas e outros testes.
b) O eixo vertical, que visa investigar a construção da história do sujeito. Nesse caso as entrevistas com o paciente, família, escola e outros profissionais também são de grande relevância. É na investigação desse eixo que se analisarão:
 “diferentes ‘histórias’ que se integram na grande história do paciente: história escolar, história clínica, história das primeiras aprendizagens, história da família nuclear (pais e filhos), história dos ancestrais (parentes paternais e maternais)”. (WEISS, 2003, p. 30)
Percebemos então que no diagnóstico psicopedagógico o sujeito nunca será analisado isoladamente. Sua história de vida, relatada por vários ângulos, fundamentam os possíveis sintomas a serem tratados.
Weiss (2003) discorre que, em meio ao diagnóstico pode notar que o problema de aprendizagem relatado pela queixa da escola e família não faz parte de uma dificuldade própria dos alunos, mas sim das instâncias que sinalizaram o problema (escola e/ou família), que procuram patologizar a situação, não se importando em avaliar suas próprias práticas, essas sim que estão funcionando como obstáculo, fazendo com que o indivíduo em questão apresente-se “problemático”. A escola pode estar apresentando um método não muito eficaz; a família pode estar querendo mascarar uma situação interna, sentindo até mesmo que a melhora dos sintomas do sujeito ainda na fase de diagnóstico é uma ameaça, interrompendo assim esse processo por necessitar, para a manutenção da situação existente, que a explicação para o problema do indivíduo seja patológica.
Pain, tratando sobre análise dos sintomas, nos traz um fato muito importante, discorrendo o seguinte: “a maioria das crianças conserva o carinho dos pais gratificando-os através de sua aprendizagem, mas há casos em que a única maneira de contar com esse carinho é precisamente não aprender” (1985). Esse relato da autora nos remete a pensar naquela criança que sente a necessidade de chamar atenção a todo custo.
Nota-se, com essas narrações, a importância da família na saúde mental da criança e do jovem e no diagnóstico e tratamento psicopedagógico. Não adianta o psicopedagogo fazer um trabalho excelente e não contar com a colaboração da família para que as melhoras avancem.
3 METODOLOGIA
Esta pesquisa foi baseada na abordagem qualitativa, ou seja, sem a preocupação com estatísticas, considerando, assim, como Silva e Menezes, o “vínculo indissociável entre o mundo subjetivo e a subjetividade do sujeito, que não pode ser traduzido em números” (2001, p. 20).
Para contemplarmos os objetivos propostos, utilizamos dois procedimentos metodológicos: entrevistas semiestruturadas e observações em campo. Professores e alguns alunos de uma escola estadual foram entrevistados. O roteiro foi elaborado a partir da compreensão de que entrevista semiestruturada seria o melhor caminho para buscar as informações, pois, conforme Silva e Menezes (2001) essa forma não-estruturada de entrevista não exige um roteiro rígido, o que permite que algumas questões sejam exploradas de maneira ampla.
Os primeiros entrevistados foram os professores, sendo questionados sobre o comportamento e aprendizagem dos seus alunos e sobre como a família pode intervir em situações que dizem respeito ao tema desse estudo. Os professores também foram solicitados a listar (das duas turmas em questão – 6º e 7º ano) alguns alunos que apresentam comportamento e aprendizagem desejáveis e os que têm comportamento e aprendizagem inadequados (indisciplina, desorganização, relação com os colegas, etc). Os discentes em comum nas lista dos professores foram os entrevistados: 20 de cada turma, totalizando 40 alunos (20 considerados “satisfatórios” nos fatores discutidos – na turma de 6º ano - e 20 vistos como “insatisfatórios” – na outra turma em questão). Dessa forma, a amostra utilizada foi a não-probalística, do tipo intencional, em que, segundo Silva e Menezes (2001), representam um “bom julgamento” do universo a ser pesquisado. E esse julgamento considerado apropriado se deve ao fato de terem sidos entrevistados os alunos citados por todos os professores.
Observações também foram realizadas na pesquisa: no momento de entrada da escola, observando se chegavam sozinhos ou acompanhados, ou quem era sua companhia e a relação entre os alunos e esse “monitor”; os alunos também foram observados em sala de aula e nos intervalos.  A observação de todas as situações foi feita de forma sistemática, que, conforme Silva e Menezes, “realiza-se em condições controladas para responder aos propósitos preestabelecidos” (2001, p. 33). Nesse caso, as “condições controladas” foram os horários em que as observações foram realizadas e os “propósitos preestabelecidos” foram os olhares sobre os alunos, focando no tema/problemática desse estudo.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES4.1 O MOMENTO DE ESCUTA E OBSERVAÇÃO
A abordagem para a entrevista acontecia no intervalo das aulas, ocasião em que não atrapalharia o curso normal do dia letivo e, horário este em que os alunos se reuniam nos seus “grupinhos”. Quando um deles era chamado para a entrevista (momento em que era explicado todo o contexto da pesquisa), os outros queriam acompanhar (íamos a salas de aulas vazias ou à biblioteca da escola). Uns sentiam-se à vontade para falar na frente dos colegas, alguns não, então os outros eram solicitados a esperar, deixando no local apenas o entrevistado da vez. 
Alguns resistiram um pouco em responder. Temiam que as respostas fossem prejudicá-los de alguma forma, que fossem divulgadas ou até mesmo que chegassem aos ouvidos de seus responsáveis. Os discentes que têm uma família “segura” (sem necessariamente ser nuclear), que acompanha, incentiva, enfim, participa da educação escolar e doméstica do aluno, não apresentaram resistência em responder. Os resistentes foram aqueles que, em sua fala, demonstraram não receber o suporte necessário de sua família, tanto no acompanhamento escolar, quanto em seu domicílio.
Em uma das minhas observações presenciei um fato desagradável. Um garoto, dos que não apresentava bom desempenho escolar e comportava-se de forma insatisfatória, recebeu a “visita” de sua mãe e sua avó, que chegaram gritando na porta sala em que o menino estava (que já chegou desconfiado à escola). Elas protestavam contra o aluno, pois o valor que recebiam todos os meses de um programa do governo federal, havia sido cancelado, pois o menino não apresentava a frequência escolar necessária para que continuasse no programa. O conflito aconteceu ali, na frente de todos os seus colegas e de quem mais quisesse ouvir. O garoto aparentou sentir vergonha da situação, sentou, baixou a cabeça e não reagiu a mais nada durante todo o dia (o evento aconteceu no início do dia, na primeira aula). Essa mãe, segundo informações dos professores e da coordenação, nunca aparecia na escola. Alguns professores disseram nem saber do potencial do referido aluno, pois ele nada produzia nas aulas. Já alguns relataram que o garoto tinha potencial, só que não apresentava desejo em desenvolver sua capacidade. Será que essa mãe e essa avó usavam o dinheiro que recebiam do programa para realmente garantir o que ele propõe (direito à alimentação, acesso à educação e à saúde)? Se sim, por que nunca compareciam à escola para acompanhar o desenvolvimento do menino? A revolta delas não parecia estar relacionada em como fariam para continuar oferecendo ao garoto as condições mínimas necessárias ao seu bem-estar, e sim tinha a conotação de que essa bolsa era usada para outros fins, e o garoto parecia não ser a prioridade para o uso de um dinheiro que deveria, de alguma forma, lhe beneficiar. 
Ouvindo as respostas dos alunos durante as entrevistas, percebi que, se as suas famílias passassem por uma anamnese psicopedagógica, fatos degradantes das vidas dessas pessoas seriam descobertos, episódios esses que de certa forma reflete-se na vida desses meninos e meninas, uns com maior intensidade, outros, menos.
Nem todos os alunos apresentavam uma família tradicional, ou seja, composta por pai e mãe. A “variabilidade” familiar na casa desses garotos e garotas é muito grande: tem padrastos, madrastas, tios, primos, avós. Uns, segundo os alunos, eram permanentes, outros estavam de passagem por estar convivendo, no momento, com alguma dificuldade financeira. Alguns já não têm mãe, outros, mesmo a tendo, não são criados por elas. Um fato em comum, observado na maioria dos depoimentos, é a insatisfação de quem tem a mãe, mas não é criado por ela. Eles tentavam demonstrar superação nesse fato, mas seu jeito, olhar e forma de responder denunciavam seus sentimentos. Alguns vivem com pessoas que não fazem parte de sua família “de sangue”, e isso influi de duas formas no que diz respeito ao aprendizado escolar: uns, que vivem nessa condição, procuram se esforçar para fazer aquela pessoa que se importa com ele se orgulhe e não se arrependa de ter se disposto à criá-lo; outros exalam revolta,  e mesmo tendo grande capacidade de entendimento nas aulas, facilidade de aprender, se prestam a nada produzirem em aula e a comportar-se de forma indesejada, fazendo com que a família sempre seja chamada a comparecer na escola para tentar resolver problemas. Nos casos reincidentes, aconteceu (e acontece) de a família que normalmente não participa do cotidiano desse aluno, apresentar-se na escola para conversar com os professores e coordenação para juntos tentarem encontrar uma solução.
Pillete (2009), tratando sobre o ambiente familiar, nos traz que as crianças amadas sentem-se mais seguras, confiantes, participam das aulas, são interessadas e apresentam entusiasmo nas atividades; quanto à convivência com os colegas e profissionais da escola, estes alunos que vivem em ambientes afetuosos são respeitadores. Por outro lado, as crianças que vivem em ambientes conturbados, com responsáveis agressivos, hostis, sem amor, geralmente não têm confiança em si mesmos, não colaboram nos trabalhos em equipe e apresentam comportamento agressivo, talvez como forma de defender-se dessa falta de amor.  Porém, quanto a estes fatores, Pillete nos alerta sobre as variações das relações familiares e até mesmo da personalidade de cada um quando nos diz: “convém considerar que as situações familiares variam muito e que o comportamento humano é complexo e cada um estabelece os próprios padrões de conduta” (2009, p. 280).
Ainda na entrevista, quando perguntados sobre o acompanhamento que seus responsáveis tinham ou não com relação aos seus estudos, também se percebe variações no que diz respeito a quem acompanha o desenvolvimento desse aluno: pai, mãe, avó, prima, primo e irmão, foram as pessoas citadas. As formas de acompanhamento também variam. Duas formas foram constatadas: o acompanhamento sistemático dos estudos (demonstrando interesse e auxiliando nas tarefas escolares) e do comportamento do aluno (frequentando a escola e conversando espontaneamente com os professores) e o acompanhamento “solto”, em que as famílias só aparecem na escola quando são chamados pela direção por causa de problemas de comportamento e/ou aprendizagem e, com relação ao desempenho escolar, se restringem a perguntar se há trabalhos a fazer em casa e qual será o período de provas. Estes últimos ainda são coagidos a tirar boas notas sob pena de perder os aparelhos eletrônicos (celular, mp4) que têm ou receber castigos físicos.
Pelos depoimentos dos alunos, pode-ser perceber que alguns responsáveis estão deixando de dar o apoio necessário, mesmo aqueles que apresentam um desempenho escolar satisfatório relataram ter atenção de outras pessoas, que não convivem sob o mesmo teto. De certa forma, mesmo recebendo atenção de outras pessoas, que demonstram interesse no avanço escolar e pessoal desse aluno, ele externa o sentimento de rejeição. A resposta de um dos alunos retrata bem esta questão: “minha mãe só vem de vez em quando na escola, quando ela lembra... começo de mês, quando ela faz feira perto da escola (...) ela acha que eu não quero nada com o estudo, então não me ensina, não ajuda, já que acha que não aprendo”. Este aluno tem um desempenho escolar satisfatório, mas, apesar de sua realidade, tem o seguinte ponto de vista: “sem acompanhamento, não existe aluno certo”. Diante da contradição entre sua realidade e seu pensamento sobre o acompanhamento escolar, uma pergunta foi criada, fugindo do roteiro: “Se você não tem acompanhamento, por que se interessa pelos estudos?” A resposta: “Vontade de estudar pra ser alguém na vida.”.
A ocasião da entrevistas serviu como momento de desabafo para alguns e, para todos, um momento de reflexão sobre o que acontece na sua vida, com sua família, com seu jeito de pensar, sobre sua forma de encarar os estudos e até pensar um pouco em quem lhe oferece atenção para valorizar, repensar no seu valor e avaliar seu amor próprio para enfrentar a falta de alguém que acompanhe e se interesse pelo seu desenvolvimento.
4.2 A FAMÍLIA E A IMPORTÂNCIA DO INCENTIVOIncentivo, de acordo com o dicionário Michaelis, significa “Que incentiva, que excita. sm: Aquilo que estimula.” Esta palavra se repetiu nas respostas, em todas as entrevista. Todos, até quem não tem um acompanhamento familiar satisfatório, discorreram sobre sua importância. Eles trataram, em seus depoimentos, o incentivo como forma de aumentar a sua autoestima e de demonstração de cuidado pelos seus responsáveis.
O que se pode perceber é que esses jovens, na fase de pré-adolescência/ adolescência (idades que variam de 12 a 14 anos), estão passando por um período de tantas transformações, no corpo e na mente, que precisam, mais do que nunca, de um suporte para ajudá-los a construir sua identidade, pois, como diz Pelt (2006), nessa fase “o adolescente ainda não pode ter a liberdade de uma vida adulta, mas também já não tem os privilégios de ser criança” (p. 85). Em seus depoimentos os alunos demonstraram que quando seus responsáveis se interessam pelo seu cotidiano escolar, os auxiliam nas atividades, estudam com eles e procuram os professores na escola para conversar sobre a aprendizagem, eles se sentem mais seguros e com isso avançam muito mais.
Stoeber e De Felice discorrem que “O processo de aprendizagem está intimamente ligado ao processo de estar no mundo, com suas dificuldades, obstáculos e ‘confusões vivenciais’.”, ou seja, é natural e é influenciado pelas várias situações que o sujeito vivencia (boas ou ruins).
É na família que se estabelecem as primeiras aprendizagens, portanto os exemplos e as práticas utilizadas na educação doméstica influenciam sobremaneira na construção do caráter e personalidade dos aprendentes, já nos diz Pilleti (2009, p.274), sobre o assunto, que “o que é ensinado inconscientemente, sem a intenção de ensinar, normalmente permanece por mais tempo”. Assim como esses jovens, a família também “passa por fases de desenvolvimento e mudanças que levam à necessidade de uma constante reorganização”, discorreu Márcia Pego, em seu artigo intitulado “Intervenção psicopedagógica e família”.
Nas entrevistas os alunos relataram sobre a falta de tempo dos seus responsáveis em comparecer à escola, em auxiliá-los em casa dos deveres escolares porque trabalham, um dos fatores que os fazem não acompanhar o desenvolvimento desses estudantes. Içami Tiba, em depoimento para um informe publicitário da Revista Veja (2009), enfatizando a necessidade da presença dos responsáveis na educação, diz que “ Os pais que acompanham com cuidado seus filhos na escola, melhoram em 80% o rendimento dos alunos. Mas eles não participam se escondendo atrás da desculpado tempo.” E ainda destaca que “o exercício da cidadania e educação deve acontecer antes de se sair de casa”. O que o autor e psiquiatra alerta com essas palavras é sobre a importância da relação educação/família.
Esta pesquisa apontou que todos os alunos querem sentir-se estimulados, precisam sentir-se instigados a querer, buscar, a ter esperança, a usar de sua capacidade para crescer, mudar sua realidade, a pensar num futuro promissor para eles e suas famílias. Essa falta de incentivo está incomodando muitos desses garotos e garotas que, em troca, estão reafirmando a falta de credibilidade que a família deposita neles, desacreditando na estrutura familiar e, com isso, produzindo a cada dia a falta de esperança de dias melhores. 
Incentivo, amor, esperança, cuidado, interesse foram palavras citadas pelos alunos nas entrevistas. Escola e família devem trabalhar em conjunto para que eles sintam esses fatores dos dois lados. A família deve começar, em casa, e a escola deve continuar, assim, nossos jovens construirão os valores fundamentais para o ser humano, para que possam tornar-se adultos promissores, com consciência social. Um Informe publicitário da revista Veja destaca que “o jovem, para que tenha uma educação completa, de fato, precisa não apenas adquirir o conhecimento, mas também valores que vão transformá-los num cidadão do futuro”. As famílias precisam perceber a importância que têm na formação desses meninos e meninas e começar o quanto antes a atuar com uma postura de atenção, motivação, credibilidade e, acima de tudo, amor.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Educar não é tarefa fácil, seja em casa ou na escola. Bom seria se ao nascer a criança viesse comum manual instrutivo ou que os cursos oferecidos para gestantes desse a receita completa de como cuidar e educar os filhos para a vida, respeitando as particularidades de cada fase.
Acompanhar todo o desenvolvimento de um filho, cuidar dos detalhes que cada fase determina é um dever que exige desejo, amor, planejamento, suporte financeiro e psicológico, entre outros fatores. O que acontece na realidade são crianças sendo concebidas sem o mínimo desses pré-requisitos, o que dá início a uma sucessão de erros e desconforto para quem vivencia a situação. Pelt (2006), tratando sobre a natureza do nosso corpo com relação à concepção de um bebê, diz que na maioria dos casos, o corpo apresenta todos os requisitos biológicos para a geração de um bebê, não havendo uma correspondência entre o tempo em que ele, teoricamente, está preparado para isso e o amadurecimento da mente, surgindo, dessa forma, pais despreparados que, muitas vezes ainda não entendem a si mesmos, errando, em alguns casos, involuntariamente, por não compreenderem o sentimento de paternidade e maternidade, por não entenderem o comportamento das crianças, por não entenderem a importância que têm sobre o filho, principalmente na construção do caráter, comunicação e na disciplina.
Os problemas vivenciados no seio familiar refletem-se sobremaneira no comportamento das crianças ou adolescentes, tornando-os agressivos ou muito introspectivos; sem iniciativa ou apresentando distúrbios de personalidade.
Com os relatos dos estudantes entrevistados, percebe-se que viver com os familiares não garante que a atenção seja garantida. A família nuclear não oferece necessariamente êxito na educação, assim como a família chamada “desestruturada” não é a causa-mestre dos problemas que os alunos possam apresentar.  Não é regra dizer que crianças ou adolescentes com mau desempenho escolar estejam com problemas familiares que dizem respeito a sua composição.  O estigma de que só os alunos com famílias constituídas de pai e mãe e filhos é que é a receita para o sucesso, deve ser desconstruída porque muito mais que a composição da família, a consciência de ser um “cuidador”, a responsabilidade que tem a função e amor pelo ser a cuidado é o que mais importa para que a educação se dê de forma construtiva e assim, ser considerada de sucesso.
A pesquisa sinalizou que o caminho para investigar o que há de errado com esse aluno é verificar que tipo de apoio ele tem em casa, se alguém acompanha seu desenvolvimento escolar – independente de quem seja – como é a relação do “cuidador” com esse adolescente e ter uma conversa franca com esse responsável para poder chegar a um consenso a respeito dos problemas e pensar nas possibilidades de soluções.
O não acompanhamento familiar na escola, a falta de carinho e atenção em casa, as dificuldades enfrentadas pelos pais, que faz com que os jovens percam a esperança de ter melhor qualidade de vida, são fatores os levam a desacreditar de suas capacidades e a não pensar em sucesso. Por mais que passem por situações difíceis no seu lar, o que querem mesmo é atenção, incentivo, limites, segurança e valorização, tanto em casa, como na escola.

Bibliografia
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