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domingo, 4 de dezembro de 2011

Desculpas...

Olá, meus queridos leitores!!!

Peço-lhes desculpas pelo sumiço. Estes 20 dias foram de muita correria, trabalhos, provas, avaliativas.... Ufa, agora estou de volta.
Assim que terminar o prazo de postagem, prometo que postarei todas as atividades, inclusive o Trabalho de Conclusão do Estágio Supervisionado - Educação Infantil.
Se alguém ainda estiver precisando de ajuda, contem comigo.
É só enviar uma mensagem para meu email: lopes.fernandaebeto@gmail.com.
beijos,

Nanda

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Crianças podem se maquiar


O uso de maquiagem por crianças costuma ser criticado como um movimento de sexualização precoce, mas muitos adultos se esquecem da função lúdica da pintura. Recente sucesso da internet, a garotinha Madison Hohrine, de cinco anos, mostrou em seu canal do Youtube que nem sempre é preciso entrar em pânico quando as crianças pegam nos pincéis.
Diante da câmera, Madison faz tutoriais de beleza com desenvoltura e copia as técnicas das profissionais – por exemplo, coloca a mãozinha contra o produto apresentado para dar visualização. Na descrição dos vídeos, a mãe avisa que não deixa a menina usar suas maquiagens. Madison apenas finge que está passando base, pela simples brincadeira. Outros produtos já são permitidos à garota, como lápis e gloss.
Para Edimara de Lima, diretora pedagógica da Prima Escola Montessori, brincar com maquiagem pode ter tantos benefícios como qualquer outra atividade criativa, seja para desenvolver um personagem ou apenas para testar cores e texturas. O importante é preservar a característica de brincadeira.
Não é comum vermos meninas brincando de casinha? Isto não quer dizer que elas estejam ultrapassando os limites da idade, mas apenas encarnando um personagem. O mesmo vale para a maquiagem. “Se ela está entrando na fantasia, usando a imaginação, é proveitoso. O que não pode é a criança usar maquiagem para ir à escola ou acompanhar a mãe ao supermercado”, diz a diretora.
“Uma coisa é brincar em casa, se maquiar de brincadeira. Outra é a criança sair na rua como se fosse um miniadulto”, concorda a psicóloga e psicopedagoga Alba Weiss, do Rio de Janeiro. Portanto, ter cuidado em deixar a criança usar a maquiagem apenas de maneira lúdica é importante, mesmo quando a brincadeira, de vez em quando, é imitar gente grande.
A filha que quer usar maquiagem igual à mãe, por exemplo, deseja sentir como é ser uma pessoa que ela admira. “É natural a criança querer experimentar o que os pais fazem, como usar o salto alto da mãe ou o computador do pai”, afirma Beatriz Sant’Anna, neuropsicóloga do Centro Paulista de Neuropsicologia. “Este movimento não precisa ser impedido”.

Como incentivar uma dieta saudável para crianças

No próximo dia 12 de outubro é comemorado o Dia das Crianças. Nessa data os pequenos têm o privilégio de curtir com brincadeiras e passeios voltados para a sua idade, mas sem descuidar da alimentação.Refeições leves  e saudáveis garantem a diversão, mas existe uma grande dificuldade das mães em unir praticidade com qualidade e fazer com que os filhos aceitem o que é servido.
De acordo com a Gerente de Nutrição do HCor – Hospital do Coração em São Paulo, Rosana Perim, é fundamental uma alimentação variada e balanceada, que garanta o fornecimento de energia e todos os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças. O consumo de alimentos variados pode permitir que a alimentação seja mais divertida e gostosa. Comer com moderação e sem proibições é perfeitamente possível, desde que haja orientação dos especialistas.
Para compor uma alimentação equilibrada é preciso seguir os princípios básicos da pirâmide alimentar escolar. Os alimentos estão distribuídos na pirâmide em seis níveis, de acordo com o nutriente que mais se destaca na sua composição.

“No topo da pirâmide estão as gorduras, óleos, molhos para saladas, azeite, margarina e doces em geral. Estes alimentos fornecem calorias e poucos nutrientes e devem ser consumidos com moderação e presentes na preparação dos alimentos. Abaixo desses, estão os grupos de alimentos ricos em proteínas, cálcio, zinco e ferro. São principalmente os de origem animal como leite, queijos, iogurtes, carnes, aves, peixes, ovos e leguminosas (feijão, ervilha, soja, lentilha e grão de bico). No nível seguinte da pirâmide encontram-se os alimentos de origem vegetal como verduras, legumes e frutas, que são importantes fontes de vitaminas, minerais e fibras e, na base da pirâmide, estão os alimentos que devem ser consumidos em maior quantidade, pois fornecem energia ao nosso corpo. As principais fontes são os pães, cereais e massas”, esclarece a Gerente de Nutrição do HCor.
Como inovar o cardápio dos pequenos e compor as refeições de forma variada e saudável:
 Alimentos de todos os grupos: procurar oferecer na alimentação aqueles que forneçam proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e sais minerais;
 Proporção adequada de alimentos: os alimentos que compõem a alimentação da criança devem atender às necessidades nutricionais diárias;
 
• Variar sempre que possível os alimentos: variar o consumo de alimentos é uma estratégia importante para obter todos os nutrientes necessários e para tornar as refeições mais divertidas e gostosas. O importante é evitar a monotonia.
Entre as ações que os pais podem fazer para incentivar a ingestão de alimentos saudáveis é tentar deixar as preparações apetitosas para o consumo, incluindo desde frutas frescas como morango, banana, maçã, pêra, salada de frutas, até gelatina, bolo preparado com flocos de aveia, bolo de cenoura, biscoitos caseiros integrais, sucos e água de coco.
Usar a criatividade decorando os pratos é uma alternativa para chamar atenção das crianças menores. Fazer uma flor com parte do tomate ou montar um boneco com ovo cozido, por exemplo, pode auxiliar a prender a atenção da criança para a alimentação correta. Para os maiores, o ideal é introduzir verduras e legumes na massa e no recheio de tortas, preparar pastéis assados e recheados com verduras e queijo, fazer sobremesas à base de iogurte desnatado ao invés de creme de leite e chantilly, colocar torradinhas de pão integral nas saladas e queijo magro ao invés de parmesão são algumas sugestões. A criança que se alimenta de todos os nutrientes na quantidade adequada brinca mais, tem maior facilidade no aprendizado escolar, cresce e se desenvolve melhor”, sugere Rosana Perim.
 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

10 coisas que toda criança com autismo gostaria que você soubesse


1) Antes de tudo eu sou uma criança. Eu tenho autismo. Eu não sou somente "Autista". O meu autismo é só um aspecto do meu caráter.
Não me define como pessoa. Você é uma pessoa com pensamentos, sentimentos e talentos. Ou você é somente gordo, magro, alto, baixo, míope.
Talvez estas sejam algumas coisas que eu perceba quando conhecer você, mas isso não é necessariamente o que você é. Sendo um adulto, você tem algum controle de como se auto-define. Se quer excluir uma característica, pode se expressar de maneira diferente.
Sendo criança eu ainda estou descobrindo.Nem você ou eu podemos saber do que eu sou capaz. Definir-me somente por uma característica, acaba-se correndo o risco de manter expectativas que serão pequenas para mim.E se eu sinto que você acha que não posso fazer algo, a minha resposta naturalmente será: Para que tentar?

2) A minha percepção sensorial é desordenada. Interação sensorial pode ser o aspecto mais difícil para se compreender o autismo.
Quer dizer que sentidos ordinários como audição, olfato, paladar, toque, sensações que passam desapercebidas no seu dia a dia podem ser doloridas para mim.
O ambiente em que eu vivo pode ser hostil para mim. Eu posso parecer distraído ou em outro planeta, mas eu só estou tentando me defender.
Vou explicar o porquê: uma simples ida ao mercado pode ser um inferno para mim: a minha audição pode ser muito sensível.
Muitas pessoas podem estar falando ao mesmo tempo, música, anúncios, barulho da caixa registradora, celulares tocando, crianças chorando, pessoas tossindo, luzes fluorescentes.
O meu cérebro não pode assimilar todas estas informações, provocando em mim uma perda de controle. O meu olfato pode ser muito sensível.
O peixe que está à venda na peixaria não está fresco. A pessoa que está perto pode não ter tomado banho hoje. O bebê ao lado pode estar com uma fralda suja.O chão pode ter sido limpo com amônia. Eu não consigo separar os cheiros e começo a passar mal. Porque o meu sentido principal é o visual.
Então, a visão pode ser o primeiro sentido a ser super-estimulado. A luz fluorescente não é somente muito brilhante, ela pisca e pode fazer um barulho.
O quarto parece pulsar e isso machuca os meus olhos. Esta pulsação da luz cobre tudo e distorce o que estou vendo. O espaço parece estar sempre mudando.
Eu vejo um brilho na janela, são muitas coisas para que eu consiga me concentrar. O ventilador, as pessoas andando de um lado para o outro... Tudo isso afeta os meus sentidos e agora eu não sei onde o meu corpo está neste espaço.
 
3) Por favor, lembre de distinguir entre não poder (eu não quero fazer) e eu não posso (eu não consigo fazer) Receber e expressar a linguagem e vocabulário pode ser muito difícil para mim.
Não é que eu não escute as frases. É que eu não te compreendo.Quando você me chama do outro lado do quarto, isto é o que eu escuto "BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT João".
Ao invés disso, venha falar comigo diretamente com um vocabulário simples: "João, por favor, coloque o seu livro na estante. Está na hora de almoçar". Isso me diz o que você quer que eu faça e o que vai acontecer depois. Assim é mais fácil para compreender.

4) Eu sou um "pensador concreto" (CONCRETE THINKER). O meu pensamento é concreto, não consigo fazer abstrações.Eu interpreto muito pouco o sentido oculto das palavras.
É muito confuso para mim quando você diz "não enche o saco", quando o que você quer dizer é "não me aborreça". Não diga que "isso é moleza, é mamão com açúcar" quando não há nenhum mamão com açúcar por perto e o que você quer dizer é que isso e algo fácil de fazer.Gírias, piadas, duplas intenções, paráfrases, indiretas, sarcasmo eu não compreendo.

5) Por favor, tenha paciência com o meu vocabulário limitado.Dizer o que eu preciso é muito difícil para mim, quando não sei as palavras para descrever o que sinto.
Posso estar com fome, frustrado, com medo e confuso, mas agora estas palavras estão além da minha capacidade, do que eu possa expressar. Por isso, preste atenção na linguagem do meu corpo (retração, agitação ou outros sinais de que algo está errado).
Por outro lado, posso parecer como um pequeno professor ou um artista de cinema dizendo palavras acima da minha capacidade na minha idade. Na verdade, são palavras que eu memorizei do mundo ao meu redor para compensar a minha deficiência na linguagem.
Por que eu sei exatamente o que é esperado de mim como resposta quando alguém fala comigo. As palavras difíceis que de vez em quando falo podem vir de livros, TV, ou até mesmo serem palavras de outras pessoas. Isto é chamado de ECOLALIA. Não preciso compreender o contexto das palavras que estou usando. Eu só sei que devo dizer alguma coisa.

6) Eu sou muito orientado visualmente porque a linguagem é muito difícil para mim.Por favor, me mostre como fazer alguma coisa ao invés de simplesmente me dizer. E, por favor, esteja preparado para me mostrar muitas vezes. Repetições consistentes me ajudam a aprender.
Um esquema visual me ajuda durante o dia-a-dia. Alivia-me do stress de ter que lembrar o que vai acontecer. Ajuda-me a ter uma transição mais fácil entre uma atividade e outra. Ajuda-me a controlar o tempo, as minhas atividades e alcançar as suas expectativas.
Eu não vou perder a necessidade de ter um esquema visual por estar crescendo. Mas o meu nível de representação pode mudar. Antes que eu possa ler, preciso de um esquema visual com fotografias ou desenhos simples. Com o meu crescimento, uma combinação de palavras e fotos pode ajudar mais tarde a conhecer as palavras.

7) Por favor, preste atenção e diga o que eu posso fazer ao invés de só dizer o que eu não posso fazer. Como qualquer outro ser humano não posso aprender em um ambiente onde sempre me sinta inútil, que há algo errado comigo e que preciso de CONSERTO.
Para que tentar fazer alguma coisa nova quando sei que vou ser criticado? Construtivamente ou não é uma coisa que vou evitar. Procure o meu potencial e você vai encontrar muitos! Terei mais que uma maneira para fazer as coisas.

8) Por favor, me ajude com interações sociais, pode parecer que não quero brincar com as outras crianças no parque, mas algumas vezes simplesmente não sei como começar uma conversa ou entrar na brincadeira. Se você pode encorajar outras crianças a me convidarem a jogar futebol ou brincar com carrinhos, talvez eu fique muito feliz por ser incluído.
Eu sou melhor em brincadeiras que tenham atividades com estrutura começo-meio-fim. Não sei como "LER" expressão facial, linguagem corporal ou emoções de outras pessoas. Agradeço se você me ensinar como devo responder socialmente.
Exemplo: Se eu rir quando Sandra cair do escorregador não é que eu ache engraçado. É que eu não sei como agir socialmente. Ensine-me a dizer: Você esta bem?.

9) Tente encontrar o que provoca a minha perda de controle.Perda de controle, "chilique", birra, mal-criação, escândalo, como você quiser chamar, eles são mais horríveis para mim do que para você. Eles acontecem porque um ou mais dos meus sentidos foi estimulado ao extremo.
Se você conseguir descobrir o que causa a minha perda de controle, isso poderá ser prevenido - ou até evitado. Mantenha um diário de horas, lugares pessoas e atividades. Você encontrar uma seqüência pode parecer difícil no começo, mas, com certeza, vai conseguir. Tente lembrar que todo comportamento é uma forma de comunicação.
Isso dirá a você o que as minhas palavras não podem dizer: como eu sinto o meu ambiente e o que está acontecendo dentro dele.

10) Se você é um membro da família me ame sem nenhuma condição.Elimine pensamentos como "Se ele pelo menos pudesse…" ou "Porque ele não pode…" Você não conseguiu atender a todas as expectativas que os seus pais tinham para você e você não gostaria de ser sempre lembrado disso.
Eu não escolhi ser autista. Mas lembre-se que isto está acontecendo comigo e não com você. Sem a sua ajuda a minha chance de alcançar uma vida adulta digna será pequena. Com o seu suporte e guia, a possibilidade é maior do que você pensa.
Eu prometo: EU VALHO A PENA. E, finalmente três palavras mágicas: Paciência, Paciência, Paciência. Ajuda a ver o meu autismo como uma habilidade diferente e não uma desabilidade. Olhe por cima do que você acha que seja uma limitação e veja o presente que o autismo me deu.
Talvez seja verdade que eu não seja bom no contato olho no olho e conversas, mas você notou que eu não minto, roubo em jogos, fofoco com as colegas de classe ou julgo outras pessoas? É verdade que eu não vou ser um Ronaldinho "Fenômeno" do futebol.
Mas, com a minha capacidade de prestar atenção e de concentração no que me interessa, eu posso ser o próximo Einstein, Mozart ou Van Gogh. Eles também tinham autismo, uma possível resposta para Alzaheim o enigma da vida extraterrestre
O que o futuro tem guardado para crianças autistas como eu, está no próprio futuro. Tudo que eu posso ser não vai acontecer sem você sendo a minha Base. Pense sobre estas "regras" sociais e se elas não fazem sentido para mim, deixe de lado. Seja o meu protetor seja o meu amigo e nós vamos ver ate onde eu posso ir.

CONTO COM VOCÊ!!!

Retirado do site: http://www.autimismo.com.br/


Agressividade Infantil


     Quando pensamos em crianças, logo associamos à imagem angelical de pureza e doçura. Por isso nos causa grande espanto e desorientação ao ver atitudes agressivas em crianças pequenas.
     A agressividade é uma força instintiva que como outras são inatas em todos os seres humanos. Especialmente a criança, expressa tudo o que é mais essencial do ser humano, uma vez que ela ainda não completou seu amadurecimento moral e intelectual, ou seja, ela não tem recursos próprios para se relacionar com o mundo. Assim, nas crianças, percebemos as características essenciais e instintivas do ser humano com a agressividade, porém é individual de cada uma como e o quanto esta se manifesta.

Como Lidar
     Diante de uma criança que expressa uma agressividade excessiva, devemos compreender o contexto em que isso ocorre. O primeiro passo é verificar se existe em seu convívio familiar e escolar, algum fator que esteja estimulando a reação agressiva. Se esse for o caso os adultos podem orientar a criança á ter atitudes alternativas para resolver a situação, se for necessário o próprio adulto poderá interferir na situação.
     Em crianças que tem como característica pessoal uma força agressiva intensa, os pais podem proporcionar-lhes oportunidades de direcionar essa força para um caminho produtivo como atividades artísticas ou nos esportes.
 
Um Alerta
     A criança que tem características que não correspondem as expectativas dos pais, familiares e professores encontrará muitas dificuldades no seu desenvolvimento caso os adultos de seu convívio a tratem como uma criança problema, estranha e indesejável, pois isso prejudica ainda mais a possibilidade dela se aceitar do jeito que é e se tornar uma pessoa saudável.
     Saudável não é a criança que age e se comporta segundo os padrões que nós estabelecemos. Saudável é a criança de bem com ela mesma e de bem com a vida.
 

Luciana Ibri
Psicoterapeuta
Consultório: (011) 37214862.
E-mail:
Krystalluz@aol.com

 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Nove Regras para Criarmos uma Criança Tímida

"Poucas pessoas sabem disso, mas, assim como os vícios são hábitos, pensar negativamente também o é..."
Autor: Jon Talber
Imagine que uma criança tem o potencial
para ser qualquer coisa, inclusive fazer a diferença
 que não fizemos...
A timidez é um aprendizado, um estado de comportamento criado por nós, do mesmo modo que se cria um hábito, como por exemplo, o colecionar carrinhos em miniatura, ou selos; ou a preferência por um refrigerante, ou a ver o belo como feio e vice e versa.

Somos capazes de criar, tanto aquilo que preferimos e desejamos, quanto aquilo que repudiamos. E tudo isso são comportamentos, facetas psicológicas que depois de se tornarem partes integrantes de nossas personalidades, servirão para alguma coisa, e serão usadas, sejam para nos proporcionar insatisfações, ou satisfações.

É como um filho que criamos. Podemos lhes dar carinho e atenção, mas, não podemos nos assegurar que jamais terão contato com a coisa contrária e seguirão um caminho adverso. Um comportamento, depois de criado, ficará dormente, em estado de espera, ou será aplicado imediatamente, a depender da ocasião. Sem uso, jamais permanecerá, mesmo que o seja apenas em nossos sonhos inconscientes.
Com freqüência nos chegam as crianças tímidas. Não porque assim nasceram, mas porque foram fabricadas, criadas até de forma involuntária, uma vez que poucos, como pais e educadores, conhecem as regras a seguir. São observações simples, que podem ser facilmente constatadas, em nosso convívio diário, seja em casa ou na escola, seja entre incultos, ou cultos.

Evidentemente a lista não se presta a criar estados de timidez em quem quer que seja, mas, antes disso, serve como guia para nos inteirarmos das causas e assim evitarmos a criação de algum, estando ou não sob nossos cuidados.
  1. Sempre compare sua criança com a criança do vizinho, ou do seu amigo, ou com seu irmão, especialmente quando se trata de uma habilidade que a mesma não possui.
  2. Cubra-a de elogios, de modo que cresça ofuscada pelo mimo caseiro, ocultando assim suas falhas, suas limitações de qualquer natureza, assim ela ficará surpresa quando o mundo lá fora a rejeitar, sem que ela compreenda o motivo.
  3. Revele, diante dos seus colegas, situações que lhe sejam embaraçosas, especialmente aquelas pequenas manias que ela tenta a todo custo ocultar; ou pequenas preferências, que antes eram apenas segredos caseiros. Mas antes saiba que, isso a fará sentir-se envergonhada, menor que as outras.
  4. Obrigue-a a ser irreverente, assim como a mais extrovertida da classe, ou da rua onde mora, indicando claramente que seu comportamento, que representa seu modo natural de “ser”, seja qual for ele, é considerado anormal, uma deformação.
  5. Defina “o ser” a mais bela das belas como sendo uma obrigação, assim ela poderá se olhar no espelho, e ao comparar-se com a beleza das outras e sentir-se impossibilitada de imitar, se sentir um traste, uma aberração digna de ser rejeitada pelo mundo.
  6. Ignore seus talentos naturais, sempre preferindo as qualidades dos outros; sempre tomando como referência os mais hábeis, os vencedores de fora, os famosos, mesmo sabendo que tudo aquilo são personalidades falsas, especialmente construídas para o mercado das aparências, do consumo.
  7. Faça-a sentir-se embaraçada na frente dos amigos ou convidados, com comentários jocosos, citando o modo como se veste, como anda, como fala, seus gostos pessoais, etc. Desse modo ela sentirá vergonha de se expressar, de estar diante dos outros, e tenderá a ver-se como uma coisa anormal, diante de um mundo de normais, que evidentemente, são diferentes de si.
  8. Menospreze suas opiniões, mesmo sabendo que uma criança ainda carece de experiência para tê-las com coesão. Ressalte as opiniões daqueles que sabem tudo, especialmente crianças superdotadas, ou as consideradas gênios, assim, doravante, ela sentir-se-á naturalmente insegura, temerosa de comentar qualquer coisa, de opinar, na sua presença e diante dos de fora.
  9. Esconda-lhe ou ignore suas limitações, assim, ao entrar em contato com o mundo real, lá fora, longe do seguro ambiente do lar, local onde se sente importante, quando de fato puder constatar que não o é, se sentirá humilhada e naturalmente fraca, sem saber lidar com a verdade óbvia, sem compreender o porquê das críticas sobre si.
Agindo dessa forma, com certeza, em pouco tempo, terá diante de si uma criança capaz de temer até a própria sombra.

 

Educando Para Vida - O Mito dos contos de Fada

"Acredita-se que ao adquirir conhecimento, o homem, por reflexo, também se torna sábio. É como adimitir-se que todo tesoureiro é rico."

Autor: Ester Cartago

Na natureza é sinônimo de qualificação aprender com as adversidades, entre humanos, evitá-las...
Por que o mundo das crianças está situado numa espécie de reino, o mais distante possível da nossa realidade, um reino repleto de fantasias, de coisas fáceis, de pessoas gentis, onde o bizarro é coisa inexistente, onde os problemas e dilemas humanos não são sequer mencionados, isso, não temos como saber.

Mas, sabemos que é assim. Assim foi definido. É a prática comum desde incontáveis gerações, é a conduta aceita e glorificada pelas regras sociais que regem cada nação desse mundo, pelos especialistas que definem aquilo que para todos nós é o melhor.

Um mundo onde não existem doenças, onde o mal é tratado como um vilão que atua de fora para dentro do indivíduo humano, como se não fosse parte integrante deste; onde a violência é retratada como uma coisa romântica, capaz ser resolvida pela simples presença de um super-herói ou divindade, que de repente irá surgir do nada, ou sempre que solicitado for.


Um mundo utópico, abstrato, onde os sonhos se concretizam, onde apenas as coisas que dão certo são mencionadas. Um centro, onde a realidade é totalmente deixada de lado, onde o idealismo e fantasia dos chamados contos de fada, que nos chegaram a partir da idade média, criados pelos devaneios de alguns escritores para entreter um público carente de sonhos, que viviam sufocados pela opressão dos costumes da época, uma concepção surreal que logo, no imaginário de cada um, se tornaria tão real quanto as coisas concretas.

Eis a base de toda nossa educação, ao menos a ocidental, onde quer que estejamos, como crianças que somos. Se vivemos em um mundo de constantes desafios, onde os problemas e múltiplas atividades do nosso dia a dia preenchem todas as nossas horas de vigília, onde aparentemente dormimos a acordamos mergulhados em disputas sem fim, o que pretendemos, enfim, como objetivo de vida?

Como podemos mudar o rumo das “coisas” se estas regem todos os nossos passos? Não estamos no controle, as circunstâncias sim. Somos regidos na íntegra, não pela nossa vontade e querer, mas pela necessidade constante de solucionar problemas. Resolver problemas, grandes ou pequenos, esse é o nosso objetivo claro de vida. Não os criamos, foram criados antes de existirmos, mas, por que regem nossas vidas, essa é uma questão pendente de respostas.

Se ensino para meu filho que existe um mundo imaginário, para ele isso é coisa real, onde todos são capazes de, pela vontade, viverem qualquer tipo de sonho que seja possível de se criar pelo pensamento, como espero que devam reagir ao descobrirem, mais tarde, sufocados pela competição da vida, que tudo não passara de uma grande ilusão, mentira?


Por incrível que possa parecer, irão ensinar a mesma coisa para seus filhos. Mas, como adultos, dentro de seu imaginário mais profundo, aquela ideia ainda permanece, agora amparada pela força de suas crenças pessoais, que lhe prometem aquele mundo, onde as fantasias de infância são, de fato, uma realidade à sua espera. Talvez por isso mesmo, não haja um empenho efetivo em melhorar nada por aqui, afinal de contas, de qualquer modo, não faz diferença alguma, não será mais um mundo destinado para nós.

Repetir costumes e modo de vida dos outros, consequentemente, todos os antigos problemas não resolvidos, os medos, as angústias pessoais, todo sofrimento que ao chegarmos já nos espera de braços abertos, os desejos, as chamadas metas existenciais, a tudo isso chamamos de viver. Não podemos escolher uma vez que tudo já está em andamento quando adentramos no palco.



Carinho e proteção são essenciais no desenvolvimento infantil, mas, o excesso de mimos acaba por criar na criança a sensação de que o mundo lhe pertence...

É como se, de repente, ao cairmos, vindos não sei de onde, no leito caudaloso de um vasto rio, deixássemos nos levar pela correnteza. Não há diferença, é uma analogia perfeita para nossa situação. Levados pela enxurrada, resta-nos permanecer boiando, agarrados a qualquer objeto que nos mantenha com a cabeça fora dágua, para que não nos afoguemos. Ali não há tempo para pensar, e nosso maior desejo é que aquilo nos conduza a uma margem segura, para enfim repousarmos.

Manter a cabeça fora da água significa apenas, confiar na correnteza. Acreditamos que ela nos conduz a lugar seguro, que finalmente irá desembocar em terra firme, um lugar sossegado, longe daquela turbulência que ora nos ocupa em tempo integral.

Ocorre que, nossas crianças, quando crescidas, irão enfrentar problemas concretos, problemas que ainda não conseguimos resolver, e conhecê-los desde cedo, talvez, faculte-as a decidirem melhor se, desejam permanecer, como nós, com eles a lhes preencherem as horas do dia. Ensinar para a vida é mostrar-lhe desde cedo o que é o viver, suas facetas, seus conflitos ainda não resolvidos, o imenso e complexo problema no qual se tornou a aventura existencial do homem.

Para que a criança seja capaz de resolver seus conflitos, que são os nossos atuais, precisam, desde cedo a conviverem com eles. Conflitos, ou os motivos que causam os mesmos, são coisas que lhes ensinamos, assim como antipatia e empatia; a odiarem aqueles que nunca conheceram, assim como a idolatrarem outros que são da nossa preferência, e tudo isso faz parte do kit de instruções que lhes damos.




Urgente seria descobrirmos em nós mesmos, de forma clara, objetiva, quais são os nossos atuais problemas, e depois ensinarmos a nossos filhos como viver sem eles, e nunca como viver com eles...

Se somos capazes de lhes ensinar a não gostar ou gostar, a não desejar ou seu inverso, a não resolverem problemas, como esperamos que haja uma transformação no mundo delas? Não mais será nosso mundo, assim como não foi dos nossos antepassados que nos deixaram de herança tudo que agora colhemos. Eles se foram, nos deixaram seus legados, nós ficamos, deixaremos o mesmo legado também para nossos filhos?

Educar não seria lhes ensinarmos como sair dessa imensa e complexa confusão que, embora não a tenhamos criado, somos fiéis multiplicadores? Viver sem conflitos, sem medo, somos de fato capazes de fazer tal coisa, ou melhor, temos tal potencial? Ainda não fomos capazes de demonstrar de forma efetiva se isso, com nossa atual mentalidade e tradições, é coisa possível. Se ainda não somos, quando, de que forma isso irá acontecer um dia com nossos filhos? Haverá de repente, uma mudança, como se fora o desejo de uma fada a empunhar sua mágica varinha de condão?



Importante é nos darmos conta de que, uma personalidade é construída de partes, de eventos e exemplos que serão imitados ou não. Não de trata de um processo de escolha voluntária, não para as crianças. Criança não possui um acervo de vivências suficiente para capacitá-la a escolher da forma mais apropriada, aquilo que lhe serve ou não. Ela tende a imitar, assim como nós, os adultos, já fazemos desde muito tempo. Se temos a nosso favor um lastro imenso de experiência de vida e ainda nos equivocamos em nossas escolhas, o que podemos dizer das crianças, ou jovens?

Elas precisam de nossa ajuda. Precisam conhecer um pouco sobre a vida que terão pela frente. Precisam conhecer as pessoas, seus pontos fracos, suas possíveis falhas e limites. Precisam saber que suas mães, periodicamente, quando sofrem bruscas mudanças em seu humor, estão a passar por processos orgânicos naturais, que a moderna ciência chamou de Tensão Pré-menstrual. Isso decerto evitaria um sem número de conflitos internos com seus filhos, que por não compreenderem essa brusca mudança de comportamento da mesma, logo tiram conclusões equivocadas, o que na maioria das vezes acabam por afetar toda harmonia na convivência do grupo.

Precisam saber o que significa ficar velho, afinal de contas, com sorte, a maioria delas também terá como certeza dos seus dias vindouros, a mesma condição. Não se trata de um processo de escolha voluntária, mas uma certeza. Então, por que isso lhes ocultamos como se fora coisa inexistente? Não seria uma forma lógica de, além de criarmos um maior vínculo de respeito com relação aos mais idosos, aos poucos estreitando a clara indiferença que lhes delegam os mais jovens, também as alertamos para o inevitável fato que a todos aguarda?

Se educar para a vida não passa de repetir procedimentos de forma mecânica, como o ato de dar corda num autômato para reproduzir alguma coisa, não devemos nos iludir, não há possibilidade alguma de transformação pessoal de quem quer que seja, mas apenas de mudança estética, uma maquiagem, no limitado e precário cenário onde todos nós disputamos com unhas e dentes um espaço para sobreviver.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

As Crianças e o Limite



Nos dias de hoje, com tantas visões à respeito de como educar os filhos, surgem muitas dúvidas pelos pais em relação aos limites.

De três gerações para cá, verifica-se uma mudança radical e significativa na posição dos pais quanto à colocação dos limites e das regras disciplinares em seus filhos. Se por um lado até as décadas de 40 e 50, a maneira de educar os filhos seguia uma direção vertical, na qual os pais exerciam sua autoridade de cima para baixo sem maiores questionamentos. A geração seguinte, a partir do final dos anos 60, incomodada pelo autoritarismo, ao assumir o lugar dos pais agiu no extremo oposto, optando por mais permissividade.

A falta de limites tem conseqüências negativas para a criança e seu desenvolvimento, afinal a criança que não aceita regras, seja para jogar um jogo, para andar no ônibus, para se comportar na escola, terá dificuldades para conviver com os outros.

Os limites ajudam a criança a tolerar frustrações e adiar sua satisfação. Ela tem que apreender a esperar sua vez, a compreender que existem outros e que precisa compartilhar. A insuficiência de limites pode conduzir a uma desorientação, a uma falta de noção dos outros, de respeito e até à criminalidade em alguns casos extremos.

Colocar limites não significa ser autoritário, mas sim ter autoridade. Através da colocação de limites os pais ensinam a criança a respeitar-se e a respeitar os outros. Dizer "não" para uma criança, e ensinar-lhe que ela também pode dizer não quando alguém quiser lhe impor atitudes ou comportamentos. Na medida em que os pais percebem as necessidades da criança, as identificam e as apontam, ela poderá também identificar quais suas próprias necessidades.

Por exemplo, se uma mãe percebe que seu filho está morrendo de sono e precisa dormir, e ela é firme e lhe disse que é hora de dormir, mesmo que ele resista aos poucos ele poderá identificar seu próprio cansaço e a necessidade do corpo de descansar. Existem muitos adultos que não ouvem as mensagens do próprio corpo, dor, cansaço, fadiga, e passam por cima dos limites do corpo, o que freqüentemente provoca stress e adoecimento. Por outro lado, é comum ouvir as jovens hoje em dia dizerem não saber como dizer "não", a um namorado que deseja ter uma relação sexual.

Colocar limites não significa privar de liberdade. Quanto mais cedo, os pais colocarem os limites de forma afetiva e com segurança de propósitos menos problemas terão na puberdade e na adolescência, fase na qual as crianças se revoltam contra as imposições desmedidas e transgridem aquilo que é insuportável.

É importante que os pais dialoguem com os filhos e expliquem quais os propósitos dos limites. Se mesmo assim as crianças não obedecerem, às vezes é necessário colocar sanções, com o intuito das crianças se responsabilizarem pelos atos e pelas suas decisões.

A tarefa de dizer não, por outro lado, inicia-se desde o nascimento. A importância do "não" e do estabelecimento de limites é fator organizador na formação da personalidade de todo ser humano. Desde ao redor de um ano de idade aproximadamente a criança precisa aprender a ouvir a palavra "não" e o os pais de pronunciá-la.

As crianças passam pela "fase do negativismo", na qual a criança fala quase compulsivamente a palavra "não", testando sua força diante da autoridade do adulto, pai ou mãe. Com esse comportamento as crianças estão experimentando até onde podem chegar e até onde os pais deixam ir.

As crianças precisam de regras claras, objetivas e coerentes colocadas com segurança e na hora certa. O estabelecimento de limites não é tarefa fácil, mas muito mais complicado é mantê-los. Ter de enfrentar o choro, resmungos, esperneio e a sensação provocada pela criança de que somos pais "maus" e injustos é difícil de tolerar. É fundamental conhecer quais os recursos mentais da criança em cada faixa etária. Por exemplo, antes dos 4 ou 5 anos é quase impossível esperar que uma criança compreenda e aceite as regras de um jogo. Ela vai querer jogar e ganhar toda vez. Obrigá-la a aceitar regras antes do tempo seria um limite absurdo. Porém, a partir dos 6 anos a criança já terá adquirido a capacidade para aceitar as regras e a vez dos amiguinhos.

Quando a criança é pequena, ela não sabe o que lhe faz bem e o que é prejudicial para sua saúde; são os pais e professores que aos poucos precisam ir ensinando-lhes estes valores, colocando limites, dizendo "não", para que ela possa apreender por si só e se tornar autônoma, conhecendo seu próprio corpo.Também, para que as crianças entendam a importância dos limites é fundamental, que os pais sejam coerentes, fazendo ou deixando de fazer aquilo que foi proibido para a criança fazer.

Maria Cristina Capobianco é psicóloga e autora do livro "O corpo em off" (Ed. Liberdade).

A Importância da Educação Infantil



O mundo todo desperta-se para a importância da educação infantil. Até pouco tempo atrás esse ensino era tido como de menor importância.

Hoje, sabemos que a estimulação precoce das crianças contribui e muito para o seu aprendizado futuro. Desenvolve suas capacidades motoras, afetivas e de relacionamento social. O contato das crianças com os educadores transforma-se em relações de aprendizado.

Uma outra concepção é o desenvolvimento da autonomia, considerando, no processo de aprendizagem, que a criança tem interesses e desejos próprios e que é um ser capaz de interferir no meio em que vive. Entender a função de brincar no processo educativo é conduzir a criança, ludicamente, para suas descobertas cognitivas, afetivas, de relação interpessoal, de inserção social. A brincadeira leva a criança ao conhecimento da língua oral, escrita, e da matemática.

Acompanhando a implantação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Ministério da Educação (MEC), com o objetivo de assessorar as escolas, elaborou referenciais para um ensino de qualidade da educação básica, os chamados Parâmetros Curriculares Nacionais.

Os Parâmetros não têm caráter obrigatório e servem de orientação às escolas públicas e particulares. Os Parâmetros, assessorando a competência profissional, contribuem para a elaboração de currículos de melhor nível, mais ajustados à realidade do ensino.

Os “Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Infantil” propõem critérios curriculares para o aprendizado em creche e pré-escola. Buscam a uniformização da qualidade desse atendimento. Os Parâmetros indicam as capacidades a serem desenvolvidas pelas crianças: de ordem física, cognitiva, ética, estética, afetiva, de relação interpessoal, de inserção social e fornecem os campos de ação. Nesses campos são especificados o conhecimento de si e do outro, o brincar, o movimento, a língua oral e escrita, a matemática, as artes visuais, a música e o conhecimento do mundo, ressaltando a construção da cidadania.

O então ministro da Educação, Paulo Renato Souza, ao se referir aos Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental, ponderou: “Passamos a oferecer a perspectiva de que as creches passem a ter um conteúdo educacional e deixem de ser meros depósitos de crianças. Em todo o mundo está havendo a preocupação de desenvolver a criança desde o seu nascimento”.

Dados de 1998, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 25% da população de zero a 6 anos freqüentam creche ou pré-escola. São 5,5 milhões de crianças de um total de 21,3 milhões.

A educação infantil é definida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) como parte da educação básica, mas não da educação obrigatória. A lei define, também, nas disposições transitórias, a passagem das creches para o sistema educacional. O Ministério da Educação (MEC) determinou que, a partir de janeiro de 1999, todas as creches do País deveriam estar credenciadas nos sistemas educacionais.

Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, cabe aos sistemas municipais a responsabilidade maior por esses atendimento. A Constituição da República diz que “A educação é direito de todos e dever do Estado”. A emenda constitucional n.º 14/96 alterou dispositivos relativos à educação e estabeleceu que a educação infantil é atribuição prioritária dos municípios.

A educação infantil tem-se revelado primordial para uma aprendizagem efetiva. Ela socializa, desenvolve habilidades, melhora o desempenho escolar futuro, propiciando à criança resultados superiores ao chegar ao ensino fundamental.

A educação infantil é o verdadeiro alicerce da aprendizagem, aquela que deixa a criança pronta para aprender.

* Izabel Sadalla Grispino -Supervisora de ensino aposentada.

A Importância do Afeto na Infância




Um Nó do Afeto

Em uma reunião de pais numa escola da periferia, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos; pedia-lhes também que se fizessem presentes o máximo de tempo possível... Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.

Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo...

Quando voltava do serviço já era muito tarde e o garoto não estava mais acordado. Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.

Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo.

Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, que era simples, mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo .

Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento, simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, que valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.

É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso. Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.

As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas SABEM registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó...

Um nó cheio de afeto e carinho. E você?... Já deu algum nó afetivo hoje?

AUTORIA: não consegui achar a autoria deste texto. se voce souber, por favor me avise.

Superproteção é legal?


Superprotegendo os filhos, nós impedimos que eles desenvolvam os meios necessários para se manter sobre as suas próprias pernas.

Um dos filmes mais bonitos e comoventes dos últimos anos foi Cinema Paradiso, que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Foi um grande sucesso de bilheteria em muitos países e também no nosso. Quase todas as pessoas que conheço choraram em algumas partes do filme. A cena que provocou lágrimas no maior número de espectadores é aquela na qual o velho, que é o pai espiritual e sentimental do rapaz, que lhe ensinou quase tudo o que sabia da vida até então, diz a ele que se prepare para partir do vilarejo rumo à cidade grande: "Vá e não olhe para trás; não volte nem mesmo se eu te chamar". O pai manda embora o filho adorado e "ordena" a ele que vá em busca do seu caminho, do seu destino, dos seus ideais.

Nesse momento, eu não fui mais capaz de conter as lágrimas, coisa que tentava fazer até então em respeito a esse esforço que os homens fazem para não chorar - e que é absolutamente ridículo. Lembrei da minha história pessoal e lamentei, com enorme tristeza, que eu jamais tivesse ouvido coisa parecida. Parece que eu havia nascido essencialmente para realizar tarefas que fossem da conveniência dos meus pais. Eles jamais me estimularam a sair de perto deles, ainda que pudessem achar que partir seria bom para mim. Achavam intelectualmente; mas, como isso era inconveniente e doloroso para eles, optavam por me impor o que fosse melhor para eles.

Antigamente isso era feito de modo aberto e frontal. Os pais, em certas culturas, chegavam até mesmo a escolher algum filho - especialmente filha - que lhes servisse de companhia e amparo na velhice. Essa criatura não deveria se casar nem ter qualquer tipo de vida própria; seria a "enfermeira" e "empregada" dos pais nos seus últimos anos. A maior parte das famílias, isto há 40, 50 anos, não agia assim tão diretamente. Mas jamais estimulariam todos os filhos para que fossem estudar em outras cidades. Alguns podiam - e deviam - ir; outros deveriam ficar para dar continuidade aos negócios dos pais e para zelar por eles. Filho era, de certo modo, propriedade dos pais e seu destino era o que fosse decidido por eles. E as decisões eram feitas essencialmente em função das conveniências práticas - materiais e de conforto físico - dos patriarcas. Os aspectos emocionais da vida existiam, é claro, mas estavam submersos e invisíveis, colocados embaixo das questões práticas de todos os tipos. Não eram relevantes na hora das decisões. Se um filho era escolhido para ser padre, de nada interessavam suas reclamações de que não era esse o desuno que havia sonhado para si e que isso o faria infeliz. Ser infeliz não era argumento forte!

Temos a impressão de que esses tempos já se foram e que hoje em dia as coisas são muito diferentes. Parece que agora nós agimos respeitando a vontade dos nossos filhos e que eles podem fazer das suas vidas o que desejarem. Será mesmo? Não é essa a minha impressão. É evidente que há grandes avanços. Rapazes e moças são mais livres para escolher suas profissões; são mais livres para escolher seus namorados, para se casarem ou não - isso em termos, pois uma filha solteira com mais de 25 anos de idade ainda preocupa, e muito, os pais. Poucos são os pais que, hoje em dia, têm coragem de interferir frontalmente sobre o destino de seus filhos. Isso, é claro, desde que eles se comportem dentro dos limites, estreitos em muitos casos, dos padrões de conduta mais usuais. Filhos que decidem ser atores, bailarinos, músicos etc. esbarram em grandes obstáculos familiares. O mesmo acontece com os homossexuais que, até hoje, escondem suas práticas das famílias.

Agora, a forma mais sórdida e maldosa que existe de dominação é aquela que se mascara, que se traveste de grande amor e superproteção. A criança - e depois o jovem - é tão paparicada que não desenvolve os meios necessários para se manter sobre as próprias pernas. É evidente que, dessa forma, jamais poderá partir para longe dos pais. Foi carregada no colo o tempo todo e suas pernas ficaram, por isso mesmo, atrofiadas. Não pode andar por seus próprios meios e é dependente da família para a vida toda. Pais fracos e inseguros fazem isso porque, na realidade, querem os filhos perto de si, exatamente como se fazia no passado. Querem os filhos por perto para darem sabor e sentido às suas vidas pobres e vazias. Querem seus filhos sem asas e incapazes de voar por conta própria. Não prepararam seus descendentes para voarem seus próprios vôos e buscarem seu lugar na terra. Em nome do amor - o que é mentira - geram um parasita, uma criatura dependente. A coisa é mais grave do que era no passado: antes o indivíduo era proibido de partir. Hoje, é permitido que parta, mas ele não tem pernas para isso

fonte: somos todos um

Mais Esclarecimentos sobre Dificuldades de Aprendizagem

 
A aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e espontâneos do ser humano que desde muito cedo aprende a mamar, falar, andar, pensar, garantindo assim, a sua sobrevivência. Com aproximadamente três anos, as crianças são capazes de construir as primeiras hipóteses e já começam a questionar sobre a existência.
A aprendizagem escolar também é considerada um processo natural, que resulta de uma complexa atividade mental, na qual o pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deva sentir o prazer em aprender.
O estudo do processo de aprendizagem humana e suas dificuldades são desenvolvidos pela Psicopedagogia, levando-se em consideração as realidades interna e externa, utilizando-se de vários campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os. Procurando compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, orgânicos, familiares, sociais e pedagógicos que determinam à condição do sujeito e interferem no processo de aprendizagem, possibilitando situações que resgatem a aprendizagem em sua totalidade de maneira prazerosa.
Segundo Maria Lúcia Weiss, “a aprendizagem normal dá-se de forma integrada no aluno (aprendente), no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando começam a aparecer “dissociações de campo” e sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando dificuldades na aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua expressão, no agir sobre o mundo”.
Atualmente, a política educacional prioriza a educação para todos e a inclusão de alunos que, há pouco tempo, eram excluídos do sistema escolar, por portarem deficiências físicas ou cognitivas; porém, um grande número de alunos (crianças e adolescentes), que ao longo do tempo apresentaram dificuldades de aprendizagem e que estavam fadados ao fracasso escolar pôde freqüentar as escolas e eram rotulados em geral, como alunos difíceis.
Os alunos difíceis que apresentavam dificuldades de aprendizagem, mas que não tinha origens em quadros neurológicos, numa linguagem psicanalítica, não estruturam uma psicose ou neurose grave, que não podiam ser considerados portadores de deficiência mental, oscilavam na conduta e no humor e até dificuldades nos processos simbólicos, que dificultam a organização do pensamento, que consequentemente interferem na alfabetização e no aprendizado dos processos lógico-matemáticos, demonstram potencial cognitivo, podendo ser resgatados na sua aprendizagem.
Raramente as dificuldades de aprendizagem têm origens apenas cognitivas. Atribuir ao próprio aluno o seu fracasso, considerando que haja algum comprometimento no seu desenvolvimento psicomotor, cognitivo, lingüístico ou emocional (conversa muito, é lento, não faz a lição de casa, não tem assimilação, entre outros.), desestruturação familiar, sem considerar, as condições de aprendizagem que a escola oferece a este aluno e os outros fatores intra-escolares que favorecem a não aprendizagem.
As dificuldades de aprendizagem na escola, podem ser consideradas uma das causas que podem conduzir o aluno ao fracasso escolar. Não podemos desconsiderar que o fracasso do aluno também pode ser entendido como um fracasso da escola por não saber lidar com a diversidade dos seus alunos. É preciso que o professor atente para as diferentes formas de ensinar, pois, há muitas maneiras de aprender. O professor deve ter consciência da importância de criar vínculos com os seus alunos através das atividades cotidianas, construindo e reconstruindo sempre novos vínculos, mais fortes e positivos.
O aluno, ao perceber que apresenta dificuldades em sua aprendizagem, muitas vezes começa a apresentar desinteresse, desatenção, irresponsabilidade, agressividade, etc. A dificuldade acarreta sofrimentos e nenhum aluno apresenta baixo rendimento por vontade própria.
Durante muitos anos os alunos foram penalizados, responsabilizados pelo fracasso, sofriam punições e críticas, mas, com o avanço da ciência, hoje não podemos nos limitar a acreditar, que as dificuldades de aprendizagem, seja uma questão de vontade do aluno ou do professor, é uma questão muito mais complexa, onde vários fatores podem interferir na vida escolar, tais como os problemas de relacionamento professor-aluno, as questões de metodologia de ensino e os conteúdos escolares.
Se a dificuldade fosse apenas originada pelo aluno, por danos orgânicos ou somente da sua inteligência, para solucioná-lo não teríamos a necessidade de acionarmos a família, e se o problema estivesse apenas relacionado ao ambiente familiar, não haveria necessidade de recorremos ao aluno isoladamente.
A relação professor/aluno torna o aluno capaz ou incapaz. Se o professor tratá-lo como incapaz, não será bem sucedido, não permitirá a sua aprendizagem e o seu desenvolvimento. Se o professor, mostrar-se despreparado para lidar com o problema apresentado, mais chances terá de transferir suas dificuldades para o aluno.
Os primeiros ensinantes são os pais, com eles aprendem-se as primeiras interações e ao longo do desenvolvimento, aperfeiçoa. Estas relações, já estão constituídas na criança, ao chegar à escola, que influenciará consideravelmente no poder de produção deste sujeito. É preciso uma dinâmica familiar saudável, uma relação positiva de cooperação, de alegria e motivação.
Torna-se necessário orientar aluno, família e professor, para que juntos, possam buscar orientações para lidar com alunos/filhos, que apresentam dificuldades e/ou que fogem ao padrão, buscando a intervenção de um profissional especializado. Dicas para os pais:
  1. Estabelecer uma relação de confiança e colaboração com a escola;
  2. Escute mais e fale menos;
  3. Informe aos professores sobre os progressos feitos em casa em áreas de interesse mútuo;
  4. Estabelecer horários para estudar e realizar as tarefas de casa;
  5. Sirva de exemplo, mostre seu interesse e entusiasmo pelos estudos;
  6. Desenvolver estratégias de modelação, por exemplo, existe um problema para ser solucionado, pense em voz alta;
  7. Aprenda com eles ao invés de só querer ensinar;
  8. Valorize sempre o que o seu filho faz, mesmo que não tenha feito o que você pediu;
  9. Disponibilizar materiais para auxiliar na aprendizagem;
  10. É preciso conversar, informar e discutir com o seu filho sobre quaisquer observações e comentários emitidos sobre ele.
Cada pessoa é uma. Uma vida é uma história de vida. É preciso saber o aluno que se tem, como ele aprende. Se ele construiu uma coisa, não pode-se destruí-la. O psicopedagogo ajuda a promover mudanças, intervindo diante das dificuldades que a escola nos coloca, trabalhando com os equilíbrios/desequilíbrios e resgatando o desejo de aprender.



  

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Sintomas e sinais da Dislexia


Na Primeira Infância:
1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;
2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras;
3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo;
4 - distúrbios do sono;
5 - enurese noturna;
6 - suscetibilidade à alergias e à infecções;
7 - tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;
8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;
9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo;
10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.

Observação:
Pesquisas científicas neurobiológicas recentes concluiram que o sintoma mais conclusivo acerca do risco de dislexia em uma criança, pequena ou mais velha, é o atraso na aquisição da fala e sua deficiente percepção fonética. Quando este sintoma está associado a outros casos familiares de dificuldades de aprendizado - dislexia é, comprovadamente, genética, afirmam especialistas que essa criança pode vir a ser avaliada já a partir de cinco anos e meio, idade ideal para o início de um programa remediativo, que pode trazer as respostas mais favoráveis para superar ou minimizar essa dificuldade.
A dificuldade de discriminação fonológica leva a criança a pronunciar as palavras de maneira errada. Essa falta de consciência fonética, decorrente da percepção imprecisa dos sons básicos que compõem as palavras, acontece, já, a partir do som da letra e da sílaba. Essas crianças podem expressar um alto nível de inteligência, "entendendo tudo o que ouvem", como costumam observar suas mães, porque têm uma excelente memória auditiva. Portanto, sua dificuldade fonológica não se refere à identificação do significado de discriminação sonora da palavra inteira, mas da percepção das partes sonoras diferenciais de que a palavra é composta. Esta a razão porque o disléxico apresenta dificuldades significativas em leitura, que leva a tornar-se, até, extremamente difícil sua soletração de sílabas e palavras. Por isto, sua tendência é ler a palavra inteira, encontrando dificuldades de soletração sempre que se defronta com uma palavra nova.
Porque, freqüentemente, essas crianças apresentam mais dificuldades na conquista de
domínio do equilíbrio de seu corpo com relação à gravidade, é comum que pais possam submete-las a exercícios nos chamados "andadores" ou "voadores". Prática que, advertem os especialistas, além de trazer graves riscos de acidentes, é absolutamente inadequada para a aquisição de equilíbrio e desenvolvimento de sua capacidade de andar, como interfere, negativamente, na cooperação harmônica entre áreas motoras dos hemisférios esquerdo-direito do cérebro. Por isto, crianças que exercitam a marcha em "andador", só adquirem o domínio de andar sozinhas, sem apoio, mais tardiamente do que as outras crianças.
Além disso, o uso do andador como exercício para conquista da marcha ou visando uma maior desenvoltura no andar dessa criança, também contribui, de maneira comprovadamente negativa, em seu desenvolvimento psicomotor potencial-global, em seu processo natural e harmônico de maturação e colaboração de lateralidade hemisférica-cerebral.


A Partir dos Sete Anos de Idade:
1 - pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres:
2 - ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros;
3 - copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve;
4 - a fluência em leitura é inadequada para a idade;
5 - inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;
6 - só faz leitura silenciosa;
7 - ao contrário, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o som da palavra;
8 - sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre si;
9 - pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;
10 - esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas;
11 - é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames orais;
12 - ao contrário, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe;
13 - tem grande imaginação e criatividade;
14 - desliga-se facilmente, entrando "no mundo da lua";
15 - tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias de prova;
16 - porque se liga em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só estímulo;
17 - baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola;
18 - esquiva-se de ler, especialmente em voz alta;
19 - perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences;
20 - tem mudanças bruscas de humor;
21 - é impulsivo e interrompe os demais para falar;
22 - não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que ele fala;
23 - é muito tímido e desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que desejaria;
24 - tem dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus olhos;
25 - embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar uma bola;
26 - confunde direita-esquerda, em cima-em baixo; na frente-atrás;
27 - é comum apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros ambidestros;
28 - dificuldade para ler as horas, para seqüências como dia, mês e estação do ano;
29 - dificuldade em aritmética básica e/ou em matemática mais avançada;
30 - depende do uso dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular;
31 - sabe contar, mas tem dificuldades em contar objetos e lidar com dinheiro;
32 - é capaz de cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou algébricos;
33 - embora resolva cálculo algébrico mentalmente, não elabora cálculo aritmético;
34 - tem excelente memória de longo prazo, lembrando experiências, filmes, lugares e faces;
35 - boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;
36 - pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas;
37 - pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras;
38 - é extremamente desordenado, seus cadernos e livros são borrados e amassados;
39 - não tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;
40 - pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como "palhaço" ;
41 - frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a escrita;
42 - tem pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas;
43 - tolerância muito alta ou muito baixa à dor;
44 - forte senso de justiça;
45 - muito sensível e emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil atingir;
46 - dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos sapatos;
47 - manter o equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para muitos disléxicos;
48 - com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse distraído;
49 - sua escrita pode ser extremamente lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do espaço na página;
50 - cerca de 80% dos disléxicos têm dificuldades em soletração e em leitura.

Crianças disléxicas apresentam combinações de sintomas, em intensidade de níveis que variam entre o sutil ao severo, de modo absolutamente pessoal. Em algumas delas há um número maior de sintomas e sinais; em outras, são observadas somente algumas características. Quando sinais só aparecem enquanto a criança é pequena, ou se alguns desses sintomas somente se mostram algumas vezes, isto não significa que possam estar associados à Dislexia. Inclusive, há crianças que só conquistam uma maturação neurológica mais lentamente e que, por isto, somente têm um quadro mais satisfatório de evolução, também em seu processo pessoal de aprendizado, mais tardiamente do que a média de crianças de sua idade.

Pesquisadores têm enfatizado que a dificuldade de soletração tem-se evidenciado como um sintoma muito forte da Dislexia. Há o resultado de um trabalho recente, publicado no jornal Biological Psychiatry e referido no The Associated Press em 15/7/02, onde foram estudadas as dificuldades de disléxicos em idade entre 7 e 18 anos, que reafirma uma outra conclusão de pesquisa realizada com disléxicos adultos em 1998, constando do seguinte:
que quanto melhor uma criança seja capaz de ler, melhor ativação ela mostra em uma específica área cerebral, quando envolvida em exercício de soletração de palavras. Esses pesquisadores usaram a técnica de Imagem Funcional de Ressonância Magnética, que revela como diferentes áreas cerebrais são estimuladas durante atividades específicas. Esta descoberta enfatiza que essa região cerebral é a chave para a habilidade de leitura, conforme sugerem esses estudos.

Essa área, atrás do ouvido esquerdo, é chamada região ocipto-temporal esquerda. Cientistas que, agora, estão tentando definir que circuitos estão envolvidos e o que ocorre de errado em Dislexia, advertem que essa tecnologia não pode ser usada para diagnosticar Dislexia.

Esses pesquisadores ainda esclarecem que crianças disléxicas mais velhas mostram mais atividade em uma diferente região cerebral do que os disléxicos mais novos. O que sugere que essa outra área assumiu esse comando cerebral de modo compensatório, possibilitando que essas crianças conseguiam ler, porém somente com o exercício de um grande esforço.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Examine com a classe o alto preço da genialidade

Objetivos
Revelar que grandes inteligências podem estar associadas a disfunções cerebrais
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Reportagem da Veja:
Introdução
Quem não sonhou alguma vez ser um Einstein ou um Newton? Embora seja alvo de cobiça, a figura do superdotado muitas vezes se mostra carregada de preconceito: gênio e nerd são imagens quase sempre relacionadas. Se vale a hipótese dos pesquisadores ingleses Ioan James e Simon Baron-Cohen, essa associação entre brilhantismo e esquisitice não é mera fantasia. Ela teria raízes num certo tipo de autismo — mais precisamente a síndrome de Asperger. O sucesso na ciência ou nas artes cobraria, dessa forma, um preço bastante elevado. A reportagem de VEJA traz informações que permitem aprofundar o tema em sala de aula.

Divida a classe em três grupos, atribuindo a cada um diferentes tarefas. Ao primeiro, proponha uma pesquisa sobre as características do autismo e da síndrome de Asperger. Encarregue a segunda equipe de buscar informações acerca do conceito de genialidade. Ao terceiro grupo, encomende um levantamento resumido sobre a trajetória de algumas figuras consideradas geniais — como Newton, Einstein, Mozart, Salvador Dalí etc. Peça que dos dados biográficos constem informações sobre a importância dessas personalidades e os eventuais comportamentos excêntricos apresentados por elas. Forneça fontes para consulta (leia as indicações no final deste texto). Na aula seguinte, todos devem partilhar o resultado dos trabalhos realizados.

Após o relato de cada grupo, promova a leitura da reportagem com a classe e levante algumas questões. A turma consegue identificar alguns dos sintomas associados à síndrome nas celebridades pesquisadas? Esses traços são exclusivos dos gênios ou podemos encontrá-los em cada um de nós em determinados momentos da vida? Lembre que para diagnosticar o transtorno não basta observar atitudes isoladas, mas o conjunto dos sintomas citados pela revista. Vale ressaltar também que o reconhecimento público da genialidade estimula posturas exóticas, que fazem parte da construção do mito. O pintor espanhol Salvador Dalí é um bom exemplo de personalidade que levou o comportamento extravagante ao extremo.

Passe em seguida ao exame das características do autismo e do transtorno de Asperger. Ressalte o esforço de Verônica Bird, uma brasileira radicada nos Estados Unidos e criadora da fundação que leva seu nome, voltada a pesquisas e ações de apoio e divulgação sobre o tema. Por meio de um vídeo, lançado em diversos países e que agora chega ao Brasil, ela vem sensibilizando a opinião pública.

É provável que o grupo incumbido da pesquisa sobre genialidade encontre mais dificuldade para realizar a tarefa. Discuta com a turma a razão desse fato. Ele pode ser associado à grande controvérsia sobre o conceito de inteligência? Examine com a turma o significado de genialidade. Estenda a questão para a análise dos conceitos de mito e ídolo e suas relações temporais e contextuais, salientando que muitos gênios só foram reconhecidos como tal após a morte.

O objetivo dos trabalhos não é tirar conclusões definitivas sobre o assunto, mas mostrar as diversas facetas do tema. Até hoje a ciência não conseguiu explicar por que existem expoentes nas diferentes áreas — não só nas atividades eminentemente intelectuais, mas também em manifestações artísticas e mesmo esportivas. Há quem defenda a idéia de que tais talentos são inatos. Outros, porém, acreditam que essas competências excepcionais são forjadas ao longo da vida e, portanto, resultam da combinação de esforço, dedicação e oportunidade.