sábado, 31 de dezembro de 2011

Paulo Freire

"Ninguém sabe tudo, ninguém ignora tudo! Todos sabemos alguma coisa; todos ignoramos alguma coisa, por isso aprendemos sempre". ..

Paulo Hegallus Neves Freire (1921-1997) antes de qualquer denominação, foi um ser humano como poucos, tinha o desejo de ajudar as pessoas sem sentir pena delas, pois achava que era um direito de todo homem e de toda mulher, criança, jovem, adulto ou idoso, saber ler e escrever, ter o conhecimento das coisas e utilizar a educação como um exercício de liberdade. O método utilizado pelo educador nega a mera repetição alienada e alienante de frases, palavras e sílabas ao propor aos alfabetizandos "ler o mundo" e "ler a palavra", leituras, aliás, como enfatiza Freire, indissociáveis. Daí ter vindo se posicionando contra as cartilhas.
Paulo Freire esteve no exílio por quase dezesseis anos, exatamente porque compreendeu a educação desta maneira e, lutou para que um grande número de brasileiros e brasileiras tivesse acesso a esse bem a eles negado secularmente: o ato de ler a palavra lendo o mundo.
"Seu" trabalho foi profícuo "mudando a cara da escola", Reformou as escolas entregando-as às comunidades locais dotadas de todas as condições para o pleno exercício das atividades pedagógicas. Reformulou o currículo escolar para adequá-lo também às crianças das classes populares e procurou capacitar melhor o professorado em regime de formação permanente.
Não esqueceu de incluir o pessoal instrumental da escola como agente educativo formando-o para desempenhar adequadamente tal tarefa. Eram os vigias, as merendeiras, as faxineiras, os (as) secretários (as) que, ao lado de diretores (as) , professores (as), alunos (as), e pais de alunos, faziam do ato de educar um ato de conhecimento, elaborado em cooperação a partir das necessidades socialmente sentidas. A obra de Paulo Freire está orientada para a emancipação da pessoa humana, para a liberdade dos povos e à justiça social entre os homens, para a democracia autêntica como soberania popular e para a paz entre os cidadãos, num clima de humanização e de conscientização.
A eficácia e validade do Método de Freire consistem em partir da realidade do alfabetizando, do que ele já conhece, do valor pragmático das coisas e fatos de sua vida cotidiana, de suas situações existenciais. Respeitando o senso comum e dele partindo, Freire propõe a sua superação. O "Método" obedece às normas metodológicas e lingüísticas, mas vai além delas, porque desafia o homem e a mulher que se alfabetizam a se apropriarem do código escrito e a se politizarem, tendo uma visão de totalidade da linguagem e do mundo.

Para saber mais recomendo:
  • PAIVA, Vanilda Pereira. Paulo freire e o Nacionalismo-Desenvolvimentista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980
  • PAULO, Freire. A Educação na Cidade. São Paulo: Cortez, 1995.
  • Cunha; OLIVEIRA, Miguel Darcy de; BARRETO, José Carlos; GIFFONI, Vera Lúcia. O Processo Educativo Segundo Paulo Freire e Pichon Rivière. Rio de Janeiro: Vozes, 1987.

    P rofessor, mestre, exímio Educador
    A lfabetizando crianças, adultos e oprimidos
    U m defensor do sempre amor
    Livros e mais livros vendidos
    O ser de mente límpida, um sedutor....
    Fazendo da escola um ambiente igualitário
    Reinando em nosso meio como uma luz
    Entrando em nosso trabalho.....Sem comentário!
    Indo e vindo livremente
    Rindo, brincando de educar
    Eterno, imortal, aqui sempre estarás presente
    Autoria: Paty Fonte

O pensamento de Freire através da ludicidade

História de Paulo Freire através do teatro de bonecos

Teatro de bonecos - Paulo FreireCom o objetivo de divulgar parte da obra e prestar uma homenagem ao grande mestre Paulo Freire, o arte educador Isaias José (Zazá) elaborou uma proposta que utiliza a linguagem do teatro de bonecos e da musica.
Seu principal intuito é apresentar ao público algumas das principais idéias do educador e dessa forma explanar experiências por ele vividas nos círculos de cultura em suas andanças pelo Brasil e pelo mundo. Tal trabalho procura explicitar no contexto da história da educação a concepção dialética e libertadora da educação concebida pelo educador Paulo Freire.
Para realização deste trabalho o artista e educador social Isaias José – Zazá desenvolveu sua pesquisa elaborando um roteiro que apresenta alguns relatos da experiência prática em círculos de cultura de alfabetização de jovens e adultos do próprio educador Paulo Freire, depoimentos de importantes pensadores da área da educação que com Paulo Freire fundaram o IPF - Instituto Paulo Freire em São Paulo e que além de conhecer o conjunto de sua obra tiveram a oportunidade de conhecer sua prática como educador. Desenvolveu também nesta pesquisa entrevista com depoimentos de Lutgardes Costa Freire, filho de Paulo Freire, e de outros colaboradores da educação que o acompanharam em sua trajetória de vida.
No espetáculo a personagem de Paulo Freire (boneco) interage com a platéia relatando algumas histórias de suas experiências acontecidas nos círculos de cultura nos grupos de alfabetização de jovens e adultos em várias regiões do Brasil e em outros países durante o período do exílio político.

A utilização da linguagem do Teatro de Bonecos e da Música nesta proposta além de criar uma atmosfera lúdica, permite estabelecer uma comunicação eficaz com o publico acerca do legado de Paulo Freire. Mas do que homenageá-lo em morte, a proposta pretende esclarecer ao publico as principais contribuições que o homem e cidadão Paulo Freire trouxe à sociedade contemporânea e à ciência. Todo trabalho é marcado pelas características da cultura popular, do humor e da ludicidade.
É importante salientar que esse trabalho vem sendo realizado em universidades, congressos e seminários de educação em São Paulo e outras cidades. Nos últimos três anos foram realizadas apresentações em eventos organizados pelo IPF – Instituto Paulo Freire e pelo NTC – Núcleo de Trabalhos Comunitários da PUC-SP. Em março de 2009 foi apresentado no TUCA – Teatro da Universidade Católica de São Paulo no lançamento do livro Pedagogia Social. Os nove autores brasileiros, todos pioneiros no estudo do tema, desenvolvem reflexões sobre a aplicabilidade da Pedagogia Social em contextos diversos da realidade brasileira. O livro aborda a Pedagogia Social como uma nova área de conhecimento das Ciências da Educação e delineia seus campos de atuação, de formação e de pesquisa no Brasil.
                     Por que “Educar para transformar”?
Jason Ferreira Mafra - IPF
Educar para transformar reflete o elemento central da pedagogia freiriana. Paulo Freire acreditava que a Educação só cumpriria a sua função fundamental, qual seja, a humanização de mulheres e homens, caso se transformasse em ferramenta de mudança social. Tinha consciência de que ela não pode fazer a transformação social, em termos estruturais. Afirmava, porém, que nenhuma mudança profunda na sociedade aconteceria sem a Educação. Por sua natureza, esse espaço privilegiado da cultura não deve esperar os desdobramentos econômicos e políticos para mudar. Para Freire, a Educação sozinha não revoluciona a sociedade, mas ela pode transformar pessoas para se engajarem nessa tarefa. Educar, na linguagem freiriana, é o duplo movimento da existência humana de “ler e transformar o mundo”.

Grandes Pensamentos de Paulo Freire

"Educar e educar-se, na prática da liberdade, é tarefa daqueles que pouco sabem - por isto sabem que sabem algo e podem assim chegar a saber mais - em diálogo com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem, para que estes, transformando seu pensar que nada sabem em saber que pouco sabem, possam igualmente saber mais".
"O mundo não é, o mundo está sendo".
"A leitura do mundo precede a leitura da palavra"
"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda".
"O homem, ser de relações, e não só de contatos, não apenas está no mundo, mas com o mundo"
"É porque eu amo o mundo que luto para que a justiça social venha antes da caridade"
"Somente o homem pode distanciar-se do objeto para admirá-lo"
"Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunhão."
"Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo".
"A educação modela as almas e recria os corações. Ela é a alavanca das mudanças sociais
"Não posso continuar sendo humano se faço desaparecer em mim a esperança"
''Não há saber mais, nem saber menos, há saberes diferentes''
"Como professor não me é possível ajudar o educando a superar sua ignorância se não supero permanentemente a minha".
"O tempo que levamos dizendo que para haver alegria na escola é preciso primeiro mudar radicalmente o mundo é o tempo que perdemos para começar a inventar e a viver a alegria".
"...aprender não é um ato findo.Aprender é um exercício constante de renovação..."
"...Inauguram o desamor, não os desamados, mas os que não amam, porque apenas se amam..."
"A amorosidade de que falo, o sonho pelo qual brigo e para cuja realizacao me preparo permanentemente, exigem em mim, na minha experiencia social, outra qualidade: a coragem de lutar ao lado da coragem de AMAR!!!"

"Não é, porém, a esperança um cruzar de braços e esperar. Movo-me na esperança enquanto luto e, se luto com esperança, espero."
"Por isso a alfabetização não pode ser feita de cima para baixo, como uma dádiva ou uma imposição, mas de dentro para fora, pelo próprio analfabeto e apenas com a colaboração do educador".

"Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo; os homens educam-se entre si, mediados pelo mundo".
"A teoria sem a prática é puro verbalismo inoperante, a prática sem a teoria é um atavismo cego".
"O conhecimento exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer uma ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica em invenção e em reinvenção".
"Estudar exige disciplina. Estudar não é fácil. porque estudar pressupõe criar, recriar, e não apenas repetir o que os outros dizem ..."

"Estudar é um dever revolucionário"

"A escola sozinha não muda as condicões de injustiças sociais... Resta perguntar: Está fazendo tudo que pode?"
"Não nego a competência, por outro lado, de certos arrogantes,mas lamento neles a ausência de simplicidade que, não diminuindo em nada seu saber, os faria gente melhor. Gente mais gente".

"A educação tem caráter permanente. Não há seres educados e não educados. Estamos todos nos educando".
"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa, por isso aprendemos sempre".
" Não se deve confundir liberdade com libertinagem".
"Ai de nós, educadores e educadoras, se deixarmos de sonhar sonhos possíveis".
"Educar é educar-se na prática da liberdade, é tarefa daqueles que sabem que pouco sabem - por isso sabem algo e podem assim chegar a saber mais - em diálogo com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem, para estes, transformando seu pensar que nada sabem em saber que pouco sabem, possam igualmente saber mais."
"Crescer como Profissional,significa ir localizando-se no tempo e nas circunstâncias em que vivemos,para chegarmos a ser um ser verdadeiramente capaz de criar e transformar a realidade em conjunto com os nossos semelhantes para o alcance de nosso objetivos como profissionais da Educação".
"Se nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte, da eqüidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não temos outro caminho senão viver plenamente a nossa opção"...
"O educador se eterniza em cada ser que educa".
"Todo conhecimento é auto-conhecimento".
"Sem limites, é impossível que a liberdade se torne liberdade e também é impossível para a autoridade realizar sua obrigação, que é precisamente a de estruturar limites"
"O erro na verdade não é ter um certo ponto de vista, mas absolutizá-lo e desconhecer que, mesmo do acerto de seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre esteja com ele".
"Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade."
“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa”.
" Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo.
A escola em que se pensa, em que se cria, em que se fala, em que se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim a vida"
" É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal maneira que num dado momento a tua fala seja a tua prática."
É preciso ousar, aprender a ousar , para dizer NÃO a burocratização da mente a que nos expomos diariamente".
"É preciso ousar para jamais dicotomizar o cognitivo do emocional.
Nao deixe que o medo do difícil paralise você".
"Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção"
"Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino".

"A educação necessita tanto de formação técnica e científica como de sonhos e utopias".
"A prática educativa é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade científica, domínio técnico à serviço da mudança ou lamentavelmente, da permanência do hoje."

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