domingo, 25 de setembro de 2011

É, mas nem sempre parece...

É a escola o espaço institucional para que se produzam aprendizagens? Escolas existem no mundo inteiro para que o legado cultural acumulado seja compreendido pelas novas gerações? É na escola onde se aprende a fazer, preservar e cultivar amizades? Representa a escola, por acaso, o ambiente que anima a pesquisa, instiga a curiosidade e norteia a atenção? A escola não é, por acaso, o espaço em que se aprende disciplina e a mesma se transforma em civismo?
     Não parece que existem dúvidas a pais e professores de uma unânime resposta afirmativa a essas questões e outras, ainda muitas outras, que destacam o espaço escolar com ambiente insuperável para que se aprenda a aprender, a fazer, a se solidarizar e, somente assim, se possa ser. Mais ainda, em uma Terra que se destrói sem piedade e na qual a natureza transformou-se em sinônimo de destruição a escola, e somente ela, pode constituir a esperança de porto seguro em busca da imprescindível sustentabilidade. Podemos discutir se todas as escolas se assumem plenas e íntegras nesta busca, podemos até desculpar deslizes que dificultam a afirmação de uma ou outra resposta, jamais a certeza de que tudo isso é síntese de “escola” e que se a mesma não cumprir esse desígnio ninguém jamais o cumprirá.
     Como esta breve síntese exalta, não são poucas as tarefas da escola, não são fáceis os caminhos para esta insuperável missão. Mas, infelizmente, a cada instante e cada vez com maior intensidade percebe-se a escola virando as costas a estes papeis, em nome de outros que afirmam bem mais animados ou engraçados, ainda que deploráveis e inúteis. Referimo-nos a não poucas escolas que deixam de trilhar seu nobre desígnio, se transformando em espaços de comemorações. E, assim, as escolas vão roubando da família a oportunidade de celebrações e se fazem lugar festivo de vagas honrarias. É a festa para o Dia das Mães, para o Dia dos Pais, para o dia da Criança, dia do Idoso, para os dias juninos, saudação da primavera, festa do inverno e tudo mais quanto se pode inventar. Nada temos contra celebrações e, sinceramente, até acreditamos que são algumas emotivas, mas temos a torpe mania de ainda olhar a escola por tudo quanto deveria ser e não essa outra escola que assim se afirma, mas de tão atabalhoada em celebrações é o que não parece e, por isso, parece, mas não é.

Celso Antunes

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